Cartola critica iraniana presa: "não deveria misturar esporte e política"
Presidente do Conselho Olímpico da Ásia (OCA), o sheik Ahmad Al-Fahad foi na contramão das críticas internacionais e apoiou a prisão da mulher iraniana condenada a um ano de detenção por tentar ir a um jogo masculino de vôlei em seu país.
O dirigente pediu explicações ao Comitê Olímpico Iraniano sobre o caso, mas defendeu a ação da Justiça do país. Segundo Al-Fahad, não se deve misturar assuntos políticos com os esportivos, o que teria sido feito pela mulher detida.
“Não vejo apenas que ela tinha passaporte britânico. Se ela é iraniana, não tem que usar este benefício para fazer política no esporte. Se ela usa essa dupla nacionalidade por uma situação política, rejeitaremos porque não queremos que ninguém use o esporte para fazer política”, disse Al-Farah.
“No esporte queremos paz e solidariedade. Se alguém usa para passar imagens erradas, vamos resistir. Você tem que saber que existem diferentes culturas ao redor do mundo, esta não é a única cultura”, completou.
Ghoncheh Ghavamí, de 25 anos, estudante de Direito na Universidade de Londres e graduada na Escola de Londres de Estudos Orientais e Africanos (SOAS), foi detida em 20 de junho após ir com várias ativistas dos direitos das mulheres a uma partida da seleção iraniana de vôlei no estádio Azadi de Teerã.
As jovens se manifestaram fora do centro esportivo exigindo liberdade para que as mulheres possam comparecer como público a este tipo de evento. Várias delas foram detidas pelas Forças de Segurança e liberadas sob fiança após poucas horas, mas Ghavami retornou à delegacia dez dias depois para reivindicar seus objetos pessoais e voltou a ser detida.
Ela foi julgada no dia 14 no Tribunal Revolucionário de Teerã e acabou condenada a um ano de prisão. Segundo a imprensa britânica, ela começou uma greve de fome em 1º de outubro, que durou 14 dias, o que foi negado pelas autoridades judiciais iranianas.
Os direitos esportivos das mulheres têm gerado polêmica na Ásia nos últimos meses. Representantes dos direitos humanos criticaram a Arábia Saudita por excluir as mulheres de sua delegação que disputou os jogos do continente, acusando o ultraconservador estado islâmico de fechar as portas para atletas femininas.
Já o Qatar se retirou da competição de basquete feminino dos Jogos Asiáticos após a Fiba proibir suas atletas de jogarem com véus.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.