Quarentona corta baladas e álcool para ser a mais velha do vôlei brasileiro
De quase aposentada à jogadora mais velha em atividade na Superliga Feminina de vôlei. Um telefonema da diretoria do São José há uma semana mudou completamente os planos de Arlene.
Prestes a completar 45 anos (faz aniversário em 20 de dezembro), a líbero resolveu aceitar mais um desafio e bater carteirinha pela 21ª vez seguida no campeonato nacional. Ela fará sua estreia na próxima semana, contra o Maranhão, e manterá a escrita de ter participado de todas as edições do torneio.
Mas qual o segredo para tamanha longevidade e seguir despertando interesse das equipes?
“Faz mais de cinco anos que não sei o que é ir para a noitada, sair em balada, ficar curtindo festas. Também faz cinco anos que parei de beber. Isso me ajudou muito a prolongar a minha carreira. Tive de abrir mão de algumas coisas para me manter saudável. E estou muito contente com este novo desafio. Quanto mais Superligas eu conseguir disputar, melhor. É um dos melhores campeonatos do mundo”, afirmou a jogadora em entrevista ao UOL Esporte.
O São José será o oitavo clube diferente que Arlene defenderá em sua carreira. Sua última equipe havia sido o Minas Tênis Clube, pelo qual jogou a edição 2013/2014 da Superliga. Após ter seu contrato encerrado, jogou por equipes semi-profissionais em competições regionais de Minas Gerais e São Paulo.
“Já estava pensando mesmo na aposentadoria, ainda mais porque a Superliga havia começado e nenhum time havia demonstrado interesse. Mas gostei muito da proposta do São José, um clube novo que está começando agora e apostando em atletas novas. Uni o úitl que é a questão financeira com o agradável, que é seguir jogando”, afirmou Arlene, que vai desbancar Fofão como a jogadora de vôlei mais velha em atividade no país. A levantadora do Rexona-Ades só completará 45 anos em março do ano que vem.
Na equipe joseense, Arlene se deparou com atletas muito mais jovens. Sem contar a líbero, a média de idade do time é de apenas 22,1 anos. A maioria das atletas nem havia começado a praticar a modalidade quando a veterana já brilhava com a seleção brasileira, pela qual conseguiu o bicampeonato do Grand Prix, em 2004 e 2006 e a medalha da Copa do Mundo de 2003, disputada no Japão.
“Quero muito trazer minha experiência, ajudar as garotas a crescerem, colocarem na cabeça que têm capacidade para serem grandes atetas, chegarem à seleção e grandes equipes do vôlei brasileiro”, disse Arlene, que começou a carreira como central e já foi campeã da Superliga em três oportunidades.
“Ela tem vivência no vôlei e vai nos ajudar bastante. Sabemos dessa questão da idade, mas o importante é que ela está em boa condição física”, comentou Paulo Amorim, supervisor da equipe que perdeu os dois jogos que fez na Superliga até agora e ocupa a lanterna.
Motivada com o novo desafio no time do Vale do Paraíba, Arlene não coloca um limite para seguir jogando. Seguirá até quando o corpo aguentar. Mas quando tiver de se aposentar, não pensa seguir o caminho de técnica.
“Acho que não me daria bem nesta função, porque quando comecei no vôlei não tive muito essa parte técnica, de passar por escolinhas, ir me desenvolvendo. Gostaria de ir para a área de captação de talentos, criação de projetos. Até por isso, devo começar a fazer em breve alguma faculdade na área de gestão esportiva”, afirmou a líbero.
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