Fê Garay vira melhor amiga de aquecedores para encarar até -26ºC na Rússia
Fernanda Garay é uma atleta com muita experiência nacional e internacional. Um dos destaques do Mundial de Vôlei Feminino de 2014 coleciona títulos e lugares onde viveu em seu currículo. Além das viagens com a seleção brasileira, Garay já encarou aventuras por Turquia (2013-2014) e Japão (2010-2011). Agora, na Rússia, pelo Dínamo Krasnodar, ela vive uma nova situação.
O frio no país europeu - que já marcou até -26ºC desde sua chegada em outubro deste ano - tem feito Garay conviver com a sensação de que sempre vai congelar. Para encarar essa "ameaça", ela tem contado com uma ajuda importante, ao ponto até de ser chamado de "melhor amigo".
"Eu fiquei a melhor amiga dos aquecedores. Em casa fica ligado 24 horas, no caminho para o ginásio também fica ligado no carro e no ginásio tem um sistema de calefação que faz até esquecer o frio que está do lado de fora. Aqui em Krasnodar (sudeste russo) o clima é mais ameno, quando jogamos mais para o norte é que o frio aperta", falou a atleta, que também aproveita as baixas temperaturas para se divertir.
"O frio é muito intenso e se passo muito tempo na rua, a sensação é de que vou congelar, mas ao mesmo tempo temos a oportunidade de tornar a experiência positiva e divertida. Todo mundo volta a ser criança e acaba entrando na brincadeira, com direito a guerra de bola de neve e tudo", complementou.
Mas não é apenas o "melhor amigo" que faz companhia para Fernanda Garay. Para encarar a nova cultura, o novo idioma e o frio, ela conta com a ajuda de Fabíola, companheira de seleção e com quem chegou junto à Rússia.
"Não é minha primeira experiência internacional, mas é a primeira vez que posso contar com a ajuda de outra brasileira, e ainda mais de uma amiga, na adaptação. Nos ajudamos na comunicação com as jogadoras russas, com a comissão técnica e direção da equipe. Acredito que também na parte técnica ajudou muito pois já nos conhecemos bem, e o fato de não precisar ajustar a bola com a levantadora facilita muito as coisas", disse.
A experiência internacional só não ajuda muito na hora do idioma. "Não sabia nada (de russo) e descobri que o russo é mais difícil do que imaginei. Mas um bom dia, boa noite e obrigado, até arrisco. Consigo me comunicar tranquilo, conversamos em inglês, alguma coisa em russo e em último caso um pouco de mímica, e vamos levando", completou a atleta.
Outra aliada da campeã olímpica nesta experiência, assim como foi no Japão e Turquia, é a tecnologia para ficar mais perto da família, o que não era possível no começo de sua carreira.
"Internet full time (tempo todo0. Facetime, Skype e claro, whatsapp. A todo momento trocamos mensagens. Me lembro da minha primeira experiência longe de casa quando fui para São Caetano (2002-2004), falar ao telefone era muito caro e eu me comunicava com minha família por cartas. Hoje, com o avanço da internet, mesmo estando na Rússia, me sinto mais próxima do que naquela época, consigo participar mais do dia a dia da família, mas claro que não é a mesma coisa, muito melhor estar pertinho das pessoas que a gente ama", afirmou.
A boa notícia é que em breve, Garay terá "as pessoas que ama" mais próximas. Sua irmã e mãe irão para a Rússia para amenizar a distância.
"Eu moro sozinha, mas no inicio eu e a Fá (Fabíola) nos dividíamos entre a casa de uma e da outra. Agora no inicio de dezembro chegou a família dela, meu marido chegou em seguida e logo mais em janeiro vem minha mãe e irmã. Sempre que joguei fora tive a oportunidade de ter alguém da família por perto, não o tempo todo mas pelo menos uns dois ou três meses, o que ameniza um pouco a saudade do Brasil", finalizou.
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