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Fofão se despede do Brasil com festa. Mas sentirá falta de Bernardinho

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/04/2015 15h35

Campeã de quase todos os títulos possíveis do vôlei, a levantadora Fofão não poderia ter escolhido uma maneira melhor de atuar pela última vez em solo brasileiro. Neste domingo (26), a veterana de 45 anos conduziu o Rexona/Adeus ao título da Superliga em cima do Molico/Nestlé.

Com direito a presença da família no HSBC Arena - cerca de 30 parentes vieram acompanhar a despedida da levantadora -, Fofão recebeu homenagens da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e ainda ganhou o prêmio de melhor jogadora da decisão.

“A semana inteira foi difícil. Por mais que eu não quisesse, tinha de controlar minha emoção. Era uma decisão, mas era um momento diferente para mim. Tive que controlar o choro, a ansiedade e fazer cara de que estava tudo bem. Ontem foi muito difícil dormir e me concentrar, via o time do Osasco em tudo o que eu pensava”, afirmou depois da partida.

Apesar de essa não ser a última partida da carreira de Fofão, foi a última vez em que ela atuou em solo brasileiro. Como compromisso final, a levantadora defenderá o Rexona/Ades no Mundial de Clubes, que acontecerá na Suíça.

Apesar das inúmeras homenagens e da pressão por ser a última partida no Brasil, Fofão conseguiu segurar a emoção o máximo que deu. “Quando cheguei hoje ao ginásio, já estava muito sensível. A hora em que eu chorei, mesmo, foi a hora do hino. Foi muito rápido, espero que ninguém tenha percebido. Por mais que o momento fosse difícil, não era hora de demonstrar fraqueza. Foi importante conseguir segurar a emoção do começo ao fim”.

Importância de Bernardinho

Depois de passar dois anos na Turquia, onde defendeu o Fenerbahçe Acibadem, Fofão decidiu voltar a defender um clube brasileiro em 2012, quando assinou com o Rexona/Ades. Desde então, foram três temporadas de títulos com o clube do Rio de Janeiro, além da convivência com o técnico Bernardinho, com quem já havia trabalhado na seleção brasileira.

“O Bernardo é uma pessoa que tem tudo a ver com esse momento. Eu não poderia estar em outro lugar. Ele nunca me tratou como a Fofão, e sempre cobrou de mim. Era disso que eu precisava. Eu não queria estar aqui só porque eu sou a Fofão. Esse respeito que ele teve comigo e essa vontade de vencer, nos levam juntos”.

Com o tempo de convivência, Fofão afirmou que sentirá falta até do estilo enérgico de Bernardinho, que também é técnico da seleção brasileira masculina. “Eu me acostumei com o Bernardo. Já cheguei a ter pesadelo com ele, mas agora não tenho mais. Falo por mim, é o que me move. O que me chama atenção é que ele vem da seleção, muitas vezes depois de um título, e chega a um clube com a mesma energia. É o jeito dele. Eu respeito e aprendi a conviver com isso. Vou sentir falta, mas espero que não muita”.