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1º vilão da Rio-2016 dá título inédito à França na Liga Mundial de vôlei

Franceses comemoram ao conquistar o título da Liga Mundial de vôlei no Rio de Janeiro - FIVB/Divulgação
Franceses comemoram ao conquistar o título da Liga Mundial de vôlei no Rio de Janeiro Imagem: FIVB/Divulgação

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/07/2015 12h56

Primeiro evento-teste dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro, a fase final da Liga Mundial de vôlei serviu como prévia em poucos aspectos. Um deles, definitivamente, é sobre os “vilões”. Algoz da seleção brasileira e principal jogador do torneio, o ponteiro Earvin Ngapeth, 24, mostrou-se confortável com a pressão feita pelo público que esteve no Maracanãzinho e brilhou na vitória da França por 3 sets a 0 sobre a Sérvia (25/19, 25/21 e 25/23) neste domingo (19).

Nenhum jogador foi mais vaiado do Ngapeth. Não apenas pela questão esportiva, mas pelo comportamento do camisa 9 da França, que vibra de forma efusiva e chega a provocar o público em alguns momentos. Ele já havia feito isso várias vezes na vitória por 3 sets a 1 sobre o Brasil, na última quarta-feira (15), que acabou sendo determinante para os anfitriões não atingirem sequer as semifinais.

"Não foi fácil, mas eles não entendem. Nós não fazemos isso contra os brasileiros. O esporte é assim. Eles não entendem, mas nós estamos focados no nosso jogo e vencemos", disse Ngapeth depois da partida. O francês foi eleito melhor ponteiro e MVP (jogador mais valioso) da Liga Mundial. "Não estou nem acreditando. É um sonho", completou.

Ngapeth não foi o único vilão da decisão. A torcida brasileira adotou os sérvios desde o início – como havia feito, aliás, na semifinal contra os norte-americanos. No entanto, o camisa 9 foi sempre o mais perseguido pelo público.

Além do estilo provocador, a reação do público brasileiro deve-se ao que aconteceu na fase anterior. França e Estados Unidos se classificaram num grupo em que os anfitriões acabaram eliminados, e isso fez com que ambos tivessem torcida contra desde as semifinais.

Neste domingo, porém, nem a torcida ajudou os sérvios. A França teve um jogo mais consistente desde o início, errou menos e contou com uma atuação inspirada de Ngapeth. Vaiado em praticamente todos os lances, o camisa 9 anotou oito pontos apenas no primeiro set.

Foi assim também na segunda parcial, com o levantador Toniutti usando o quanto pôde os ataques de Ngapeth - até mesmo quando ele estava no fundo. O camisa 9 continuou eficiente no set seguinte, mesmo nos melhores momentos da Sérvia. Quando Starovic encaixou uma boa sequência de saques e colocou sua equipe em boa vantagem, o ponteiro gaulês encaixou dois ataques e um ace, mesmo sob intensas vaias, para empatar o duelo em 22 a 22.

No saque seguinte, Ngapeth mandou na rede. Foi o suficiente para o Maracanãzinho explodir como se fosse um gol do Brasil, mas não o bastante para tirar os franceses do controle. Depois de uma troca de pontos, eles venceram a parcial por 25 a 23 e ficaram com a taça.

A atuação de Ngapeth deu à França o primeiro título na história da Liga Mundial. Anteriormente, o país europeu só havia chegado à decisão em 2006, quando perdeu para o Brasil. A Sérvia já esteve em cinco partidas finais, mas perdeu todas.