Sucessor de Bernardinho deixou profissão para cuidar de filho com câncer
Novo treinador da seleção brasileira de vôlei masculino, Renan dal Zotto, 56, não comanda uma equipe desde dezembro de 2008. Durante a estiagem, contudo, nunca se distanciou do esporte: trabalhou com clubes de futebol (Figueirense e Guarani de Palhoça), foi diretor de marketing da farmacêutica Cimed, que investia de forma consistente no segmento, e esteve na própria CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) como diretor de marketing e de seleções. O curioso é que a experiência dele em cargos de gerência começou por um drama pessoal: Gianluca, filho mais novo de Renan, foi diagnosticado com leucemia linfática aguda e precisava de tratamento urgente.
Ex-jogador de sucesso, Renan havia começado a trabalhar como treinador em 1993, quando assumiu o Palmeiras/Parmalat. Migrou em 1995 para o Frigorífico Chapecó, time que dirigiu por quase dois anos.
Foi nessa época que aconteceu o diagnóstico de Gianluca. “Foi como se tirassem seu chão ou puxassem seu tapete. Foi muito dolorido”, relatou Renan em entrevista à “RBS TV”. “Eu era treinador de um time de Chapecó, e um grande amigo, o Plínio David de Nes, transferiu toda a equipe para São Paulo para que eu pudesse acompanhar o projeto e cuidar do meu filho”, completou.
Gianluca passou por 42 transfusões de sangue. Foram quatro anos de tratamento e internações, e na reta final o pai foi obrigado a fazer mais uma mudança: “Parei com a atividade de treinador e decidimos escolher um lugar para nos estabelecer. Escolhemos Floripa [Florianópolis]”.
Na capital catarinense, Renan assumiu a função de gestor de esportes da Unisul. Essa foi a primeira experiência consistente do ex-jogador em um cargo diretivo, e o trabalho abriu caminho para iniciativas similares. Depois daquele hiato, o novo comandante da seleção só voltou a ser técnico no Sisley (Itália, de 2007 a 2008) e na Cimed (entre 2005 e 2007, período em que acumulou o trabalho de quadra e a gestão do projeto esportivo da empresa).
A experiência em funções gerenciais foi a porta de entrada para Renan na CBV. O atual treinador da seleção masculina foi contratado pela entidade em 2014 para assumir o marketing, e no ano seguinte migrou para a direção de seleções. Conviveu diretamente com Bernardinho, que dirigiu o time nacional por 16 anos e saiu depois de ter obtido o ouro nos Jogos Olímpicos Rio-2016.
“Hoje me sinto muito à vontade. Quando veio o convite, na hora subiu aquele frio na barriga. Minha esposa me perguntou se eu me sentia na condição de assumir, e eu disse que sim porque sempre estive dentro do processo. Encontrei dentro das seleções um ambiente maravilhoso para trabalhar”, relatou Renan.
O filho dele, Gianluca, é formado em engenharia de produção elétrica pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Construiu carreira no mercado financeiro e teve apenas uma sequela do tratamento: o crescimento foi afetado, e ele parou em 1,74m.
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