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Maior campeão olímpico do Brasil, José Roberto exalta Bebeto: 'Meu mentor'

Douglas Magno/O Tempo
Imagem: Douglas Magno/O Tempo

José Edgar de Matos e Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

13/03/2018 16h43

Tricampeão olímpico de vôlei, o técnico José Roberto Guimarães deve parte da sua trajetória de sucesso a Bebeto de Freitas, que morreu nesta terça-feira. Atual comandante da seleção feminina, Zé Roberto não esconde a gratidão do ex-treinador, de quem foi auxiliar durante dois anos na seleção. Para o tricampeão, Bebeto foi seu “mentor.

“Ele foi meu mentor. Tive a possibilidade de viajar com ele, estar com ele, de aproveitar cada treino, cada possibilidade de estar junto. Logo no começo dessa geração de ouro, onde acabamos 1989 ficando sem os principais jogadores experientes, foi quando a gente iniciou com essa geração acabou ganhando depois”, disse Zé Roberto ao UOL Esporte.

Além de trabalhar na seleção brasileira e no Hinode Barueri, Zé Roberto dá palestras pelo país. O nome de Bebeto de Freitas é citado quando fala ao público.

“Em todas as palestras que dou, cito (Bebeto) como mentor, como importante para a minha vida. Foi um cara que me influenciou muito, que sempre me incentivou a buscar, fazer coisas novas”, disse. “Sinto muito porque o Brasil perde. Quando foi para o futebol, tínhamos perdido um dos melhores treinadores; agora, perde para sempre”, completou.

Zé Roberto vê a importância de Bebeto fora das quadras também. Ao lembrar do desejo do ex-treinador em trabalhar no Botafogo, o técnico da seleção feminina ressalta sua dedicação.

“Sempre buscou fazer o melhor, lutar pelos seus ideais, convicções, sempre foi guerreiro. Por ser determinado, resolveu migrar quase na mesma época que fui para Atlético. Tinha sina, vontade de ser presidente do Botafogo, ele conseguiu. Vem de uma família do futebol, tinha isso na veia. Queria fazer o que pudesse pelo clube do coração. Era maluco pelo clube”, relembra.

Atualmente, Zé Roberto e Bebeto não se falavam tanto, mesmo assim, o treinador lamentou a perda. “A gente não ficava se ligando, mantivemos uma distância, mas é o sentimento de gratidão pela ajuda que me deu. Cito ele todo tempo, fica meu muito obrigado. 

Ex-atleta também o vê como mentor

O ex-levantador Mauricio também trabalhou com Bebeto na seleção e seguiu na equipe depois com a chegada de José Roberto. As palavras usadas são semelhantes.

“A gente mal começa a falar, e já começa a chorar...Conversei com ele semana passada, ou no mês passado. É muito triste, cara. Muito triste, pelo amor de Deus. Pegou de surpresa. É agradecer por ter tido o Bebeto como mentor na primeira seleção em que eu fui e ter aprendido coisas bacanas por ele. Era primeiro técnico de seleção, primeira Olimpíada”, falou.

“Ele era um cara muito brigador. Bebeto foi importante em tudo; ele é um cara que revolucionou o voleibol quando começamos a crescer. Ele foi quem levou a Geração de Prata. Era o cara que impôs aquele tipo de dedicação, de muito treinamento, de ir atrás das coisas que você queria”, finalizou.