Vôlei: brasileiro que foi achado morto queria ser pai e jogar pela Espanha
O falecimento de Vinicius Noronha da Silva, líbero de apenas 26 anos encontrado morto em sua casa, na Espanha, chocou o mundo do vôlei e quem conviveu com alguém descrito como “solidário, alegre e com uma energia surreal”. Familiares, amigos e até Douglas, atleta da seleção brasileira, se manifestaram de maneira carinhosa sobre o rapaz, vítima de uma tragédia que o impediu de realizar dois planos traçados – e descritos como sonhos.
Natural da cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, Vinicius Noronha atuava há mais de três anos pelo Club Voleibol Teruel. Eleito melhor líbero da Superliga do país na última temporada, ele trabalhava para se naturalizar espanhol e defender o país europeu no nível de seleções, como contou o amigo Breno Marques, também atleta da modalidade e com quem conversou há duas semanas.
“Conversávamos por vídeo, sempre. Estava quase no quarto ano, tempo para se naturalizar lá e defender a Espanha, o que ia acontecer pelo destaque. Éramos como irmãos. Era sensacional, brincalhão e dedicado. Estava muito feliz no terceiro ano em Teruel, focado em jogar vôlei, o que ele mais gostava de fazer”, contou o jogador de vôlei de 28 anos, em conversa com o UOL Esporte.
O sucesso profissional também convivia com um momento pessoal de felicidade. Segundo Breno, Vinicius namorava e planejava em um futuro próximo aumentar a família. “Ele tinha uma companheira no Brasil há pouco tempo. Era dedicado a tudo e sonhava em ser pai. Estamos sem chão.”
Breno conviveu quase que diariamente com Vinicius quando os dois defenderam o time de Santo André, o último do líbero antes da ida para a Espanha. As lembranças no ABC paulista também são as melhores possíveis; palavras de quem o comandou na cidade.
“Menino bom, do coração bom, ajudava os atletas, mesmo sendo novo. Dava conselho para todos. Alegre, dificilmente de mau humor. Ele sempre conversando com todo mundo. Garoto bem positivo. Dentro e fora de quadra”, relembrou Marcelo Madeira, técnico do líbero na equipe paulista.
“Um garoto novo, apenas 26 anos, começando a construir a carreira lá fora. Era um garoto muito responsável, perda grande”, completa o ex-comandante do jogador.
Foi em Santo André onde Vinicius encontrou a vocação para ser líbero, posição na qual se tornou destaque na Espanha. Celso André Mariano, coordenador do Santo André, se recorda de um menino “simples e que todos gostavam”, além de destaque na função que abriu a possibilidade da ida para a Europa.
“Estava indo muito bem na Espanha. Ele veio aqui para rever o pessoal. Era um cara simples, muito gente boa”, afirmou Mariano à reportagem.
A personalidade simples de Vinicius, tão ressaltada pelos profissionais, gerava empatia em quem convivia com ele. Gabriela Strazzeri namorou por quase três anos com o jogador e vai guardar a lembrança de um garoto com o “coração de ouro”.
“Ele era o cara mais dedicado da face da terra. Conquistou vários sonhos, como jogar na Espanha e ser o melhor líbero, mas ainda tinha outros. A gente conversava, e ele comentou de querer se casar e ter filhos em breve. Tinha uma energia surreal, positividade sempre. Não tinha tempo ruim”, assegura Strazzeri, que conheceu Vinicius quando ambos jogavam no Pinheiros.
Caso ainda sem respostas
Ainda não há respostas sobre o caso de Vinicius Noronha. O líbero brasileiro vai passar por necropsia nesta terça-feira e o resultado deve sair nos próximos dias. Breno Marques conta que o jogador conversava com a namorada instantes antes de morrer em casa.
“Ele estava conversando, aí o vídeo pausou e ele não voltou mais. O amigo de casa dele ouviu um barulho no quarto, mas achou que era normal. Encontraram ele deitado na cama e com o celular na mão. Foi tudo muito rápido”, relatou o amigo do jogador brasileiro.
De acordo com fontes da Delegação do Governo, o corpo de Vinicius segue na Espanha até a definição dos trâmites com o Consulado do Brasil. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) ainda não se manifestou sobre a morte do jogador.
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