O interesse da Prefeitura de Barueri em acolher o extinto projeto Finasa/Osasco provocou efeitos imediatos no vizinho. Para não perder o time que está instalado no município desde 1996, o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, cogitou até apoio financeiro da própria prefeitura. Mas não foi preciso. Com a ajuda de quatro empresários da região, a cidade anunciou nesta sexta-feira a permanência da equipe.
DO FIM AO RECOMEÇO |
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 Camila Brait (à dir.) celebra ponto na última final da Superliga |
18 de abril: Finasa/Osasco perde do Rexona-Ades a final da Superliga |
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20 de abril: Destaques garantem que ficarão no Finasa/Osasco |
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20 de abril: À noite, direção do Finasa anuncia término do time principal |
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21 de abril: Zé Roberto, Luizomar e elenco lamentam extinção do time |
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22 de abril: Fim da equipe deixa torcida órfã, mas CBV evita pânico |
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23 de abril: Barueri entra na briga para herdar time, mas Osasco reage |
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24 de abril: Grupo de empresários banca permanência em Osasco |
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ZÉ ROBERTO FESTEJA COM LÁGRIMAS |
O 'fico' do time feminino de vôlei foi definido na noite de quinta-feira em reunião entre dirigentes do ex-Finasa, o técnico Luizomar de Moura e representantes de Osasco. Mesmo após receber proposta de Barueri e conhecer a estrutura do município vizinho, o elenco das atuais vice-campeãs da Superliga seguirá com sede na cidade que defende há 13 anos.
Além das quatro campeãs olímpicas Carol Albuquerque, Paula Pequeno, Sassá e Thaísa, o extinto Finasa/Osasco ostenta em seu elenco outras jogadoras que inclusive constam na lista de convocadas do técnico José Roberto Guimarães para a disputa do Montreux Volley Masters: a levantadora reserva Ana Tiemi, a oposta Natália, a meio-de-rede Adenízia e a líbero Camila Brait.
Porém, os contratos serão revistos e até o momento apenas Carol Albuquerque e o técnico Luizomar de Moura garantiram sua permanência em Osasco. "Não quero rebaixar o nível do time. Vamos montar um time para continuar brigando por títulos", disse o prefeito, Emídio de Souza, que garantiu manter o investimento de R$ 5 a 6 milhões anual, que era feito pelo antigo patrocinador.
O fim da parceria com o Finasa - que manterá a estrutura apenas nas categorias de base -, foi oficializado na segunda-feira. Desde então, o Botafogo e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) demonstraram interesse público em assumir o time já montado. No entanto, o técnico Luizomar de Moura afirmou que apenas a Prefeitura de Barueri havia feito uma proposta concreta.
Na quinta-feira, um dia após Luizomar receber a oferta de Barueri, o prefeito de Osasco procurou a diretoria do banco que financiava a antiga equipe, não obteve êxito, mas garantiu que a cidade não perderia o time de vôlei. E a promessa foi cumprida nesta sexta-feira, após um grupo de empresários da região anunciar o apoio ao clube.
"Quando conversei com ele (Luizomar), ele já tinha a proposta de Barueri. Mas quando abri a possibilidade para ficar, ele estava decidido a aceitar nossa proposta", explicou Souza, que negou que a concorrência de Barueri tenha apressado a busca por novos investidores no time de vôlei. "Independente de outra pretensão de cidade ou clube, eu já estava com intençao de manter o time aqui. Era uma obra pronta e estava à disposição, e é obvio que muita gente quer ser patrono dela", afirmou.
O fechamento da equipe provocou surpresa no meio do vôlei. O técnico da seleção brasileira, José Roberto Guimarães, chegou a comparar o fato com a perda de "um familiar" e a ponta Paula Pequeno chorou ao lembrar do término do time.
Em Osasco, torcedores diziam estar sem rumo após o anúncio. "Cheguei até a viajar para Minas Gerais em um ano para ver uma partida da equipe. Agora todo mundo aqui não sabe o que fazer", disse Luiz Ricardo Espíndola, torcedor do Finasa.
* Atualizada às 13h