Quer experimentar plugue anal? Saiba como usar sem se machucar
Nathalie Ayres*
Colaboração ao Guia de Compras UOL
26/01/2024 18h00
Cada vez mais a indústria de sex toys inova e lança produtos mais específicos —e, muitas vezes, nichados. Mas existe um produto que é considerado o mais democrático: o plugue anal, que pode ser usado por homens e mulheres, sejam cis ou trans.
Os plugues anais são brinquedos introduzidos no ânus que possuem diversos tamanhos, formatos e revestimentos. Eles estimulam as terminações nervosas da região, que são muitas e provocam sensações diferentes em pessoas com vagina ou pessoas com próstata.
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Normalmente, os plugues são aliados de quem se interessa por sexo anal, mas tem receio de começar. Mas também pode trazer muito prazer para quem já está acostumado com este tipo de prática. Confira a seguir alguns modelos para experimentar, como usar e cuidados que devem ser tomados.
O que é plugue anal
O plugue anal é um brinquedo que normalmente tem um formato de cone: mais fino em cima e que vai aumentando. Ele é composto de três partes: corpo, pescoço e base:
- Corpo: é a parte que é introduzida dentro do ânus, pode ter diversos formatos, tamanhos e texturas, para estimular a região de várias formas;
- Pescoço: é uma haste mais fina, em que o ânus se fecha quando ele é completamente inserido;
- Base: é uma região larga no fim do plugue, que impede que ele seja totalmente puxado para dentro do ânus
A base é um item de extrema importância na hora de comprar, já que é considerado uma segurança por evitar que o brinquedo entre demais dentro do reto e acabe indo em direção ao intestino: em alguns casos, pode ser necessário remover com cirurgia.
Tamanho do plugue anal
Se você ainda não iniciou a prática de sexo anal, indica-se começar com um pequeno e no formato cônico, já que ele vai aumentando de diâmetro gradualmente, inserindo-o pouco a pouco, dando sempre um tempo para o ânus ir se acostumando.
Quando você sentir que o estímulo do pequeno não é mais algo excitante ou que você se acostumou, pode partir para um maior: existem até kits em que você pode ir comprar que já vem essa progressão de tamanhos.
Normalmente, plugues maiores vão distender mais as paredes do reto, causando sensações diferentes. Mas, de modo geral, não existe uma regra de que o tamanho maior trará mais ou menos prazer: é algo muito individual e é preciso testar para entender.
Materiais do plugue anal
Normalmente os plugues anais são encontrados em:
- Silicone atóxico: em geral devem ser usados com lubrificantes à base de água e não costumam causar alergias ou problemas.
- Metal: têm a vantagem de você poder brincar com sua temperatura, colocando-os na água fria ou quente antes de inserir no ânus, e com isso provocando estímulos diferentes durante seu uso.
Formatos, texturas e tipos
Existem diversos tipos de formatos de plugues anais e a escolha dos tipos é algo extremamente pessoal. Existem os cônicos, que são os formatos indicados para iniciantes, mas também existem os com bolas que vão aumentando progressivamente, com texturas para estimular as paredes anais de diversas formas.
Outro ponto interessante são os plugues com vibradores, que podem trazer um elemento a mais na hora da brincadeira. A vibração estimula outros pontos e pode até interferir em uma penetração vaginal ou estimular a próstata no homem.
Como começar a usar o plugue anal
Se você é iniciante, a primeira dica que demos vale aqui: comece com os plugues anais menores e vá sempre introduzindo aos poucos. A ginecologista e sexóloga Marcela McGowan dá a dica: "Fique em uma posição em que você esteja mais relaxada e introduza devagar uma pequena parte do plugue, até onde conseguir", descreve.
McGowan explica que o esfíncter anal é um músculo muito forte e precisa ser cansado aos poucos para ir cedendo à penetração. "Como a gente faz isso? O uso de lubrificante tende a ajudar".
É importante lembrar que a região anal, ao contrário da vaginal, não tem uma lubrificação natural, portanto penetrar ali sem o auxílio deste produto pode machucar a região. No entanto, é só do lubrificante que você precisar: usar produtos que tiram a sensibilidade da região pode ser ruim, já que a dor é um sinal importante de que algo de errado está acontecendo.
Relaxa e goza
O mais importante ao usar o plugue é relaxar. E isso pode ser feito de diversas formas. A primeira é apenas fazer isso se você realmente tiver vontade, e não por alguma pressão da sua ou seu parceiro.
Consentimento garantido, o segundo passo é estar bastante excitada sexualmente: investir muito nos beijos, carícias e intimidade antes de introduzir o brinquedo. E se na hora de usá-lo, perceber que ainda precisa de mais relaxamento, invista novamente nesses recursos e não esqueça de dar tempo ao esfíncter. Se você gostar, lembre-se que cada vez fica mais fácil!
A respiração mais pausada também é uma excelente forma de reduzir a ansiedade e ajudar no relaxamento. Se você perceber que está tensa, tente parar, se concentrar em como está respirando e aumentar ainda mais os tempos de expiração e inspiração. Pode parecer simples, mas ajuda muito.
Existem posições melhores?
Uma posição em que você se sente confortável é importante para ajudar no relaxamento também. Mas isso varia muito de pessoa para pessoa. Por exemplo, existem quem recomende a posição sexual de quatro para usar o plugue, mas outros especialistas acham que ela pode fazer com que a mulher se sinta mais exposta.
Experimente e veja como você se sente, e entre as opções indicadas estão: de lado, de barriga para cima com as pernas elevadas ou sentando-se lentamente sobre ele.
Sozinha ou acompanhada
Outro aspecto bacana é que você não precisa usar o plugue apenas quando está com a sua parceria. Você pode experimentá-lo sozinha, o que pode até mesmo ajudar no seu relaxamento, já que não há expectativa de outra pessoa na prática.
Nesses casos, obedeça aos cuidados que já explicamos e sempre opte pelo plugue com base, já que será mais fácil de você remover de si mesma.
Cuidado na hora de retirar
No final da prática sexual, aproveite o relaxamento do orgasmo para ir retirando aos poucos seu plugue. A dica é igual à da introdução: faça aos poucos, sem forçar e relaxada sempre.
Outro ponto importante é não encostar esse plugue depois na vagina, muito menos penetrá-lo por lá após a retirada do ânus. Isso pode causar a contaminação da região com as bactérias intestinais, causando uma infecção urinária, entre outros problemas. Não o insira também no ânus da sua parceria.
"Lave bem com água e sabão líquido neutro após a utilização e guarde quando estiver bem seco", ensina a coloproctologista Fernanda Elias Rabelo.
A não ser que você tenha envolvido o plugue em uma camisinha (o que facilita a penetração, se ela for lubrificada) e depois a troque para fazer uma segunda penetração em outro orifício.
Riscos e contraindicações
É importante prestar atenção se você possui alguma doença nessa região, como hemorroidas ou fissuras anais. Nesses casos, converse com seu proctologista antes de iniciar esse tipo de prática e sempre evite-as se estiver em crise ou com sangramentos no ânus.
Outro cuidado importante é com uma prática que algumas pessoas têm de inserir o plugue anal e passar o dia com ele, enquanto trabalha, estuda ou realiza outras atividades. "Não é recomendado deixar o plugue mais que três horas, para não gerar lesões ou efeitos prejudiciais na musculatura pélvica", frisa a fisioterapeuta pélvica e sexóloga Daniele Moreira, da Clínica Débora Pádua (SP).
Fontes: Daniele Moreira, fisioterapeuta pélvica e sexóloga da Clínica Débora Pádua (@vaginismo); Fernanda Elias Rabelo, coloproctologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia; Marcela McGowan, ginecologista e obstetra, sexóloga e CEO e fundadora da marca de sexual care Ludix
*Com informações de conteúdo publicado em 20/03/2023.
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