Galaxy Z Fold6: testamos o maior e mais caro celular dobrável do Brasil

O maior (e mais caro) smartphone Android do Brasil é o Galaxy Z Fold6, o dobrável estilo "livro" da Samsung. Fechado, ele tem dimensões de um celular comum; aberto, vira um tablet multitarefas.

O aparelho está mais fino, mais leve e com um design mais bonito do que suas gerações anteriores. Mas será que vale o investimento? Se sim, para quem? É isso que o Guia de Compras do UOLvai responder neste review, após um mês de testes.

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Nossos testes

O Galaxy Z Fold6 aqui no Brasil chegou nas cores preto, azul escuro e cinza — a que testamos. Para essa análise detalhada, exploramos principalmente:

  • recursos de inteligência artificial generativa;
  • ação das câmeras em diferentes cenários e condições de iluminação;
  • atividades de entretenimento, como vídeos e jogos;
  • desempenho em rotinas de trabalho multitarefas.
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Imagem: Marcella Duarte/UOL

O que mais gostamos

Design. Aqui estão as mudanças mais perceptíveis do Galaxy Z Fold6. Tanto o visual quanto a sensação do celular na mão estão melhores do que em seu antecessor, Z Fold5.

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Ele passou de uma espessura de 1,34cm para 1,21cm (fechado) e de um peso de 253g para 239g. Essa redução de 13 milímetros e 14 gramas pode parecer sutil, mas é sentida. Ele está mais gostoso de manusear, mais agradável aos olhos e cabe melhor nos bolsos.

A proporção do celular também mudou levemente; ele perdeu um pouco de altura e ganhou largura, e ficou mais quadrado quando aberto. Eu acho que poderia ter sido mais, mas já dá uma sensação melhor de área útil dos displays, principalmente quando se usa o celular fechado (antes ele era mais fino e comprido, com uma cara quase de controle remoto).

Além de a dobradiça estar mais compacta, não há praticamente nenhum gap (um espaço sobrando na dobra) quando o aparelho está fechado, o que acontecia em gerações anteriores. Isso deixa ele mais bonito, mais fácil de usar com uma mão só e também impede que sujeira se acumule.

As bordas estão super retas, seguindo a tendência dos novos aparelhos da Samsung. A estrutura é de alumínio fosco, que não deixa impressões digitais, é mais resistente a riscos e tem aspecto refinado.

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Imagem: Marcella Duarte/UOL

Display. O diferencial de um celular dobrável é a presença de duas telas, uma tradicional do lado de fora e uma grande e flexível por dentro.

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O display externo está mais brilhante e, com a nova proporção, acaba sendo mais utilizado para as tarefas cotidianas, como trocar mensagens, navegar nas redes sociais, abrir sites de compras ou tirar fotos. Porque, vale lembrar, você não precisa e nem deve abrir o aparelho para qualquer coisa, é possível fazer qualquer tudo com ele fechado, como se fosse um celular comum.

A ideia é usar o Z Fold6 aberto para conteúdos que se beneficiem do tamanho da tela interna — e em momentos em que você estiver mais confortável, sentado e em um local seguro. É interessante para entretenimento, como ver um filme, jogar ou desenhar, e para também para o trabalho, como usar uma planilha, responder e-mails ou ver seu calendário com mais espaço. E dá para ser multitarefa, abrir dois aplicativos lado a lado, ou até quatro dividindo a tela.

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Imagem: Marcella Duarte/UOL

Nessa geração o vinco é está bem suave, você sente levemente quando passa a mão e só enxerga se estiver batendo uma luz forte. E a dobra pode ser usada a seu favor, porque permite que o próprio celular funcione como um suporte — por exemplo, posicionando ele sobre a mesa para ver um vídeo na hora do almoço ou até para acompanhar uma receita enquanto cozinha.

Câmeras. Gostaria de ter visto melhorias neste quesito, mas os cinco sensores seguem basicamente os mesmos da geração anterior. É um bom conjunto, mas inferior ao do S24 Ultra. O Galaxy ZFold6 tem cinco câmeras:

  • Três traseiras (wide 50MP, ultrawide 12MP e teleobjetiva 10MP com zoom óptico de 3x);
  • Uma de selfie na tela externa (10MP);
  • Uma de selfie oculta sob a tela interna (4MP).
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O legal do dobrável é que você também pode usar as câmeras traseiras, de melhor resolução para fazer suas selfies. No fold o processo não é tão simples quanto em um celular flip (que abre como uma concha), que você só tira do bolso e bate a foto com ele fechado mesmo, mas é bem interessante.

A visualização na tela externa, usando ele aberto, funciona como um monitor, tanto para fotos quanto para vídeos. Produtores de conteúdo podem se beneficiar dessa função, seja na rua ou em estúdio.

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Imagem: Marcella Duarte/UOL

Resumindo, é um conjunto muito bom pro dia a dia e com possibilidades legais por conta da dobra, mas poderia ser melhor. Mas pelo menos o processamento foi melhorado, porque dá pra perceber que as imagens ficam mais bonitas do que as tiradas no Z Fold5, mesmo eles tendo os mesmos sensores. As cores estão mais vibrantes e com maior contraste.

Inteligência artificial. A inteligência artificial Galaxy AI recebeu funções mais avançadas, por enquanto exclusivas dos novos dobráveis Galaxy Z Fold6 e Z Flip6. As mais atrativas são as que envolvem manipulação de imagens, como:

  • Transformar esboços em imagens;
  • Incluir elementos realistas nas fotos;
  • Transformar selfies em desenhos;
  • Colocar um efeito 3D nas suas fotos.
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São recursos bem divertidos, e que na tela grandona ficam ainda mais legais de serem usados.


O Z Fold6 também inclui recursos de edição que já vemos há um tempo em outros aparelhos da Samsung, como o plano de fundo desfocado, o remasterizar e o apagador de objetos, que serve para remover ou mudar de lugar coisas indesejadas das suas fotos, como pessoas ao fundo.

Há também outras funções bem úteis com a IA, como:

  • Traduzir mensagens e chamadas telefônicas em tempo real;
  • Compositor, que cria textos completos com base em palavras-chave;
  • Assistente de transcrição de áudio, que transforma voz em texto;
  • Circule para pesquisar, já conhecido, para fazer buscas no Google mais facilmente.

Minha favorita é o novo Modo Intérprete, que traduz diálogos em idiomas diferentes, exibindo nas duas telas. Funciona assim: você coloca o celular dobrado entre você e a outra pessoa, e a tela interna vai te mostrar a tradução do que ela está dizendo em português, e a externa vai traduzir o que você fala para a outra língua.

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Há o modo conversa (para diálogos) e o modo escuta (para tradução contínua em eventos como palestras). Acontecem alguns errinhos de tradução, é claro, mas é um uso sólido de IA, unindo a forma do dobrável com um recurso bem útil. No vídeo no topo deste texto, mostramos ele em ação.

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Imagem: Marcella Duarte/UOL

Desempenho. O Z Fold6 é equipado com o processador Snapdragon 8 Gen 3, o mais avançado da Qualcomm para celulares, que também está no S24 Ultra (o top de linha da marca no formato tradicional) e no Z Flip6 (o dobrável menor da Samsung).

Esse chipset poderoso, somado a 12 GB de RAM, deixam o aparelho bem esperto. Ele não trava, dá para editar vídeos e jogar jogos mais pesados. E a câmera de vapor ficou maior, o que ajuda a não esquentar nesse tipo de tarefa.

Maior vida útil do telefone. Uma novidade é que a Samsung agora oferece sete gerações de sistema operacional e sete anos de atualizações de segurança, o que é sempre bem-vindo para prolongar ao máximo a utilidade do celular — por mais que eu ache que um dobrável não dure tanto tempo.

Proteção. O Z Fold6 passou da certificação IPX8 para IP48. Isso significa que, além de água, agora ele também é resistente a poeira. Em um celular com dobradiça, isso pode significar maior durabilidade.

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Imagem: Marcella Duarte/UOL

Pontos de atenção

Bateria continua igual. Eu gostaria de ver uma bateria maior, mas ela segue a mesma do modelo anterior, com 4.400 mAh, o que rende pouco mais de um dia de uso moderado. A autonomia até melhorou um pouco graças ao processador mais eficiente, mas ela é menor que a do S24 Ultra, que tem 5.000 mAh — mas claro que essa é uma das concessões para se ter um dobrável bem fino.

Telas poderiam ter menos reflexos. Tanto o display externo quando o interno estão mais brilhantes e com acabamento Gorilla Glass Victus 2, que garante muita resistência contra riscos e quedas, mas eu gostaria que fosse Gorilla Armor, igual do S24 Ultra, que além da proteção reduz muito os reflexos. Também seria legal ter Dolby Vision no display interno, como é padrão nos celulares mais avançados e recentes da marca.

Não vem com SPen. Por questão de espaço, não há caneta embutida como no S24 Ultra. Mas quem tiver uma pode usar para melhorar a experiência — apenas no display interno. Também é possível comprar uma junto com uma capinha com encaixe para ela, para que você possa levar a caneta sempre junto com o celular.

Preço alto. Claro que toda essa tecnologia custa caro, cerca de R$ 13 mil neste caso. Mas, considerando os outros aparelhos do mercado e os impostos brasileiros, acredito que é um valor compreensível para essa categoria.

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Imagem: Marcella Duarte/UOL

Para quem vale a pena

O Galaxy Z Fold6 é um aparelho com alguns dos maiores avanços tecnológicos que temos hoje para celulares. Tela dobrável, processador de última geração, recursos avançados de inteligência artificial e mais.

Para fazer o investimento alto que ele exige, porém, é preciso refletir se você vai se beneficiar do formato dobrável e dos tipos de uso que o telefone permite. Eu admito que me surpreendi positivamente durante os testes. A experiência é mais que a de um tablet, é quase de um computador portátil que cabe no seu bolso.

Eu achava que os celulares tipo flip, mais estilosos e portáteis, como o Z Flip6, eram mais a minha cara, mas depois de usar o Z Fold6 por um mês acho que mudei de ideia. Ele é bem interessante para quem é multitarefas, usa o celular bastante para trabalhar, e para quem consome muitos vídeos e jogos ou produz conteúdo audiovisual.

Já para quem não se beneficiaria tanto da tela grande ou não curte a dobradiça, o Galaxy S24 Ultra, que custa consideravelmente menos, faz mais sentido, até porque ele tem o mesmo processador e câmeras bem melhores, com uma lente principal de 100MP e uma ultrawide de 50MP com zoom óptico de 5x e digital de 100x.

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Ficha técnica Samsung Galaxy Z Fold6

Processador: Qualcomm Snapdragon 8 Gen3 for Galaxy + câmera de vapor
Memória RAM: 12 GB
Armazenamento interno: 512 GB
Câmeras traseiras: 50 MP wide + 12 MP ultrawide 0,6x + 10 MP telefoto zoom óptico 3x
Câmeras selfie: 10 MP (capa); 4 MP (tela interna)
Tela externa: Dynamic AMOLED 2X 7,6 polegadas, 1856 x 2160 pixels, 120Hz, 2600 nits
Tela principal: Dynamic AMOLED 2X 6,3 polegadas, 968 x 2376 pixels, 120Hz, 2600 nits
Bateria: 4.400 mAh, carregamento 25 watts
Proteção: IP48 contra água e poeira
Dimensões: 15,35 x 13,26 x 0,56 cm (aberto); 15,35 x 6,81 x 1,21 cm (dobrado); 239 g
Cores: preto, azul navy e cinza (no Brasil), branco e rosa

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