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Monitora sono e é bem confortável: como é usar anel inteligente da Samsung

Marcella Duarte

Do Guia de Compras

20/09/2024 12h42Atualizada em 20/09/2024 12h50

O primeiro anel inteligente a chegar ao país é o Galaxy Ring, da Samsung. Ele está em pré-venda por R$ 3.499, e o Guia de Compras UOL teve acesso antecipado ao dispositivo.

Nos últimos dois dias tenho usado o anel ininterruptamente para monitorar principalmente os meus batimentos cardíacos e qualidade do meu sono. O aparelho também acompanha atividades físicas e ciclo menstrual, além de controlar algumas funções do celular por gestos.

Imagem: Marcella Duarte/UOL

Primeiras impressões

Não incomoda. Tenho usado o Galaxy Ring direto, sem tirá-lo do dedo nem para tomar banho. Para mim, que sou acostumada a usar anéis, ele é bem confortável.

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Isso fica ainda mais evidente na hora de dormir, quando nem se nota sua presença — o que é bem-vindo, considerando que muita gente fica incomodada em usar smartwatch para dormir; eu, inclusive, muitas vezes tiro o relógio no meio da noite.

O uso recomendado do Galaxy Ring é no indicador por alguns motivos:

É um dedo robusto, no qual o anel consegue acessar bem nossos sinais vitais e fica bem parado no lugar para fazer medições precisas;

Para ser mais fácil fazer o gesto de pinça dupla com o dedão, que serve para disparar a câmera do celular ou ignorar um alarme;

É mais confortável de usar, visto que só há um dedo vizinho a ele. Testei no anelar e no dedo do meio (que são a segunda e terceira opções para uso de anéis inteligente, respectivamente), e fica mais incômodo devido à pressão dos outros dedos. Mas em tese você pode colocar no dedo que quiser que tudo vai funcionar.

Pinça serve para disparar a câmera e parar um alarme Imagem: Marcella Duarte/UOL

Sugiro usá-lo na sua mão não dominante; no meu caso que sou destra, na esquerda, pois assim vai mexer menos e bater menos nos objetos manuseados. Existem nove opções de tamanho, do 5 ao 13 (padrão americano; no brasileiro isso representa, mais ou menos, do 10 ao 30).

Bateria dura muito. Diferentemente de um relógio inteligente, como o Galaxy Watch, da Samsung, ou o Apple Watch, da Apple, o anel não precisa ser carregado diariamente.

A bateria dele dura até uma semana, segundo a empresa. Nesses dois dias de uso ele gastou só 29%. Além disso, a caixinha carregadora guarda carga para mais 11 dias. Ou seja, você não precisa conectar nenhum cabo específico diretamente no anel e o conjunto só vai precisar da tomada, via USB-C, umas duas vezes no mês.

Na rotina, basta colocá-lo na case uma vez por semana, por cerca de uma hora, para recarregar.

Medições contextualizadas. Além de medir batimentos cardíacos e passos dados, entre outros números, o Galaxy Ring tenta relacionar e interpretar esses índices.

Na "pontuação de sono", é dada uma nota (de 0 a 100) para a qualidade do seu descanso naquela noite, considerando fatores como tempo dormido e a quantidade de sono profundo e REM.

Eu recebi 78 no primeiro dia, o que é "bom", e 71 no segundo, "razoável"; achei que seria pior, pois tenho sono bem leve. Depois de sete dias usando o anel para dormir, ele vai atribuir um animal (leão, morsa, pinguim, toupeira, ouriço, cervo, jacaré, tubarão) para o meu padrão sono. Veremos.

Já na "pontuação de energia", algo que parece bem subjetivo e ainda não consigo afirmar se correspondem a como me sinto, são analisados sete indicadores (como atividade física no dia anterior, frequência cardíaca e respiratória durante o sono e hora em que foi dormir) para prever nossa disposição física e mental naquele dia e dar dicas de bem-estar.

A minha pior foi de 54 ("precisa de atenção"), acompanhada de uma carinha triste e de um conselho dado pela inteligência artificial para "equilibrar atividade e descanso" — não posso negar que seja uma verdade.

Achei essas medições um esforço interessante de interpretação da nossa saúde, pois não existe algo assim no Apple Watch, por exemplo, que uso com maior frequência. E vale destacar que essas funcionalidades não são exclusivas do anel. Os relógios mais novos da Samsung também oferecem.

Dados do meu primeiro dia de uso do Galaxy Ring Imagem: Marcella Duarte/UOL

Sem distrações. Ressalto que o anel apenas coleta dados de saúde, ele não dá nenhum tipo de notificação de aplicativos, não vibra, não acende luzes (apenas as dos sensores na nossa pele quando estão fazendo as medições, o que é bem mais frequente durante a noite).

Para ver o que ele está registrando ou fazer qualquer outra coisa, é preciso usar o celular. Eu sou acostumada com muitas distrações no meu pulso, pois uso smartwatch há anos, então admito que a ausência delas traz certo alívio.

Diferenciado. Eu tinha certo receio com smart rings por achá-los muito grossos e destoando do meu estilo, mas achei o modelo simpático, especialmente na cor preta que estou usando. Vai bem com minhas roupas e anéis de prata que não tiro do dedo.

Até a caixinha de recarga é linda, em acrílico e com um LED giratório no interior. Além disso, é um acessório que desperta a curiosidade os amigos, visto que pouca gente tem um no Brasil. Causa um burburinho parecido com o que aconteceu no início da era dos relógios inteligentes há quase uma década.

Só achei o acabamento, apesar de ser em titânio, um pouco simples demais, parece quase um anel de plástico.

Luz na caixinha indica que o anel está carregando Imagem: Marcella Duarte/UOL

O que não gostei tanto

Não substitui um smartwatch. O anel é um bom aliado para monitoramento da saúde, principalmente do sono. Mas o relógio continua sendo necessário para muita gente, tanto para quem gosta de receber/responder notificações ou controlar músicas no pulso, quanto para pessoas que desejam monitorar a atividade física em tempo real.

Por exemplo, até dá para sair para correr só com o anel, mas aí você só verá os dados depois que voltar, no celular, e não conseguirá controlar o tempo da corrida.

Luz verde é emitida quando o anel está fazendo as medições Imagem: Marcella Duarte/UOL

Pode incomodar na academia. Mesmo sendo leve e fino, o anel incomoda e pode machucar na hora de pegar peso e malhar em alguns equipamentos. Mas é difícil de riscar ou amassar, devido ao acabamento em titânio, leve e resistente.

Por outro lado, em esportes como futebol ou natação (ele tem certificação IP68), um anel é mais adequado que um relógio (mas você precisa iniciar a atividade no app antes de começar, pois Galaxy Ring detecta automaticamente apenas caminhadas/corridas).

Preço. Basicamente, ele custa o valor de um bom celular, chegando quase no preço do Galaxy S24 da própria Samsung. É um investimento bem alto e impeditivo para a maioria dos brasileiros. Mas confesso que achei até "barato", pois esperava que ele chegasse aqui por pelo menos R$ 4 mil, considerando o valor dos Estados Unidos (US$ 399 ou quase R$ 2.200 sem impostos) e o fato de não ter concorrentes no país.

Medições variam. Durante boa parte dos últimos dois dias, usei um smartwatch de outra marca, para poder comparar os números.

Fazendo caminhada, os dados de batimento cardíaco deram uma diferença considerável entre os dois. Tendo a achar que o smartwatch seja mais preciso, pois uso o mesmo há um bom tempo e já comparei com medidores cardíacos específicos. No sono, o relógio também capturou melhor os momentos de soneca ou deitada na cama sem dormir.

Faz sentido, visto que no pulso há uma área de contato muito maior com nosso corpo. De qualquer forma, não posso atestar qual é mais confiável diante de tão pouco tempo de uso; seguirei os testes por um mês em diferentes situações para dar um veredito (e também para que a inteligência artificial do Galaxy Ring se acostume com meus padrões).

Vale lembrar que a Samsung recomenda utilizar o anel junto com um relógio da marca, para que as medições sejam mais precisas e também para economizar bateria do anel e até 30% (o que leva a uma duração de 9 dias).

Resumindo

Imagem: Marcella Duarte/UOL

Anéis inteligentes como o Galaxy Ring são confortáveis, estilosos e ótimos companheiros para dormir. Eles podem ser usados o tempo todo (ou quase) e têm baterias que duram muito. Mas smartwatchs são mais completos. Em um mundo ideal, e possivelmente distópico, teríamos de usar ambos, além do próprio celular, em nossa rotina.

A inovação desses dispositivos, com miniaturização dos componentes e diferente sensores, é digna da atenção que eles chamam e do preço alto (ainda que não tão alto como eu esperava) cobrado neste momento.

O Galaxy Ring custa R$ 3.499, no site da Samsung, mas pode ser adquirido com 10% de desconto para pagamento à vista, saindo por R$ 3.149.

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