Li 'Robô Selvagem' e não tinha me emocionado tanto desde Wall-E
Juliana Almirante
Colaboração ao Guia de Compras UOL
15/10/2024 05h30
Não é de hoje que robôs da ficção nos emocionam. Wall-E (do filme homônimo), C3-PO (Star Wars), Andrew Martin (O Homem Bicentenário) são alguns dos nomes de androides que estrelaram filmes icônicos. E uma robô (sim, no feminino) com origem no universo literário acaba de chegar às telonas: Rozzum. Apelidada de Roz, ela é personagem de "Robô Selvagem", escrito por Peter Brown, que se tornou best-seller do "New York Times".
Depois de ler o primeiro livro da trilogia e assistir à adaptação no cinema, posso dizer que encontrei uma história tocante não só para crianças — o livro tem indicação acima de oito anos — mas para o público de todas as idades. O título surpreende ao unir temas que parecem opostos entre si: a tecnologia e a natureza. Mas como será que esses assuntos se misturam? A seguir, conto do quê esse livro trata e o que achei da obra.
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Sobre o quê é o livro
Roz é a única robô que não foi destruída com o naufrágio de um navio cargueiro. Movida a energia solar, ela vai parar em uma ilha e inicia, junto com o leitor, uma exploração na natureza. Apesar da semelhança física com humanos (com cabeça, braços e pernas), ela não foi programada para sentir emoções. Mas, com o decorrer da história, parece não ter como fugir delas. Ela sente curiosidade, medo e até amor.
Por outro lado, Roz percebe que, enquanto os animais da ilha são especialistas em sobrevivência, ela não tinha conhecimento sobre como viver ali. E é na observação do comportamento dos bichos que a robô vai aprendendo a sobreviver no ambiente selvagem. Com o bicho-pau, por exemplo, ela entende a importância de se camuflar para sobreviver. Então, se mistura em meio à floresta para entender melhor os animais e aprender a língua deles.
Quando tenta se aproximar dos bichos, no entanto, eles têm medo daquela máquina desconhecida e receio de que ela os devore. Até que Roz se envolve em um acidente que deixa um filhote de ganso órfão. A partir daí, ela começa a cuidar do animalzinho e inicia a sua jornada de mãe-robô, despertando também a solidariedade dos bichos da ilha.
O que achei do livro
Tenho algo em comum com o autor Peter Brown: sou fascinada por robôs e pela natureza. E a história que ele conta no livro "Robô Selvagem" nos leva a reflexões importantes sobre essa forma artificial de inteligência. Um robô pode ser considerado uma forma de "vida", mesmo que artificial? Como conviver com essas criaturas que podem se parecer tanto com nós, humanos?
Não tenho respostas exatas para essas perguntas. Mas posso dizer que Roz é uma robô capaz de derreter até os corações mais gelados. Desde Wall-E, não tinha me emocionado tanto com um robô da ficção. Rozz nos faz sentir alegria, encantamento e compaixão. Difícil mesmo é não ter empatia por essa máquina inteligente.
Além de emocionar, a história criada por Peter Brown também nos faz pensar sobre a relação do homem com a natureza. Como podemos preservá-la para garantir a nossa própria sobrevivência? Diante da preocupação com os desastres climáticos, é cada vez mais pertinente desenvolver esse tipo de reflexão.
Depois, quando Roz vira mãe de um ganso, o livro nos leva a pensar sobre o que significa a maternidade. Ainda que não seja biológica, ela usa os conhecimentos do seu cérebro computadorizado para cuidar do filhote e aprende outras lições com a experiência prática. Depois, quando conta com a ajuda da comunidade de bichos, tudo fica mais fácil.
É bom destacar que o livro toca em questões como essa de forma leve e o enredo se desenrola sem entraves. Para completar, a obra tem ilustrações feitas pelo próprio autor, que deixam um fio condutor lúdico durante toda a leitura.
O título em português foi lançado em 2017 pela editora Intrínseca e voltou a ser vendido neste mês de lançamento do filme. A versão é traduzida do em inglês "The Wild Robot", que ganhou as sequências: "The Wild Robot Escapes" (em português, O Robô Selvagem Escapa) e "The Wild Robot Protects" (O Robô Selvagem Protege) — estas duas últimas sem edição em português.
Por fim, talvez você se pergunte: é melhor ler o livro ou assistir ao filme? Acredito que essas são duas experiências distintas. A animação é um espetáculo para os olhos. Já o livro me tocou mais fundo emocionalmente. Sabe quando dá vontade de destacar vários trechos de um texto? Pois é, Peter Brown soube escolher bem as palavras para narrar essa história.
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