'Abraço na alma': ficção de cura usa gatos e cotidiano para acolher leitor
Ambientes pacatos da vida cotidiana, como livrarias, cafés e postos de conveniência, e quase sempre em cidades asiáticas, como Tóquio e Seul. A presença de gatos também é frequente. Esses são os cenários favoritos da literatura de cura, gênero literário focado em histórias que provocam reflexão e incentivam o leitor a buscar mudanças para uma vida mais equilibrada e feliz.
Em "Vou te Receitar um Gato" (Intrínseca, 2023), a autora japonesa Syou Ishida traz cinco histórias de pessoas que, por algum motivo, precisam de ajuda: problemas no emprego, em casa, consigo mesmas.
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Como é a história
A Clínica Kokoro fica em um beco úmido, em uma construção velha e suja. O livro dá as coordenadas: Quioto, distrito de Nakagyo, avenida Fuyacho, subir, avenida Rokkaku, virar a oeste, avenida Tomikoji, descer, avenida Takokushi, virar a leste.
Só quem realmente precisa é capaz de encontrar o local.
Por lá, o tratamento indicado pelo psiquiatra, como sugere o nome do livro é um gato. O que parece um remédio estranho, logo faz sentido. Tem coisas que só um bichinho com quatro patas, muito pelo e que faz ronron é capaz de curar.
Sobre o gênero
"Na realidade, a literatura de cura sempre existiu, mas o termo se popularizou com o aumento da publicação de livros com esse enfoque", explica Marina Ginefra, editora da Intrínseca.
Embora os enredos possam variar, essas obras geralmente compartilham algumas características: são histórias leves, com uma atmosfera acolhedora, que deixam o leitor com uma sensação de bem-estar, quase como um 'abraço na alma'. Marina Ginefra, editora da Intrínseca
O livro vendeu mais de 25 mil unidades em apenas três meses, foi lançado em mais de 20 países e é considerado um best-seller. O sucesso foi tanto que a continuação da história, o livro "Vou te Receitar Outro Gato", será lançado em janeiro de 2025 pela Intrínseca.
A escolha por lugares da vida cotidiana não é por acaso, explica a editora. "Eles funcionam como refúgios tanto para os personagens quanto para os leitores. São lugares que transmitem calma, aconchego e segurança, o que cria uma atmosfera de acolhimento."
O mercado asiático valoriza leituras mais introspectivas e reflexivas -por isso, muitas histórias se passam pela região. Mas outros países, como os Estados Unidos, já estão explorando o gênero. A Intrínseca já tem duas publicações de ficção de cura que se passam em outro lugar do mundo.
O que eu achei da leitura
Eu costumo ler livros cabeçudos, que são mais densos e tratam de temas pesados. Leituras assim exigem um respiro, e foi aí que eu encontrei a ficção de cura. Um livro curto, fácil de ler e que ocupa a cabeça sem exigir muito dela para a interpretação.
"Vou te Receitar um Gato" foi minha primeira escolha por um motivo óbvio: eu amo gatos. Não é difícil se conectar com os personagens e com a relação homem-felino. Conforme as páginas passam, mesmo sem um clímax, é quase impossível fechar o livro.
Achei o final surpreendente e, assim que terminei, fui correndo abraçar meus bichos de estimação. Na vida real, um gato pode não ser um tratamento, de fato, para depressão, ansiedade ou burnout —procurar um psicólogo ou psiquiatra é necessário. Mas que eles são capazes de arrancar um sorriso, mesmo no dia mais difícil, são mesmo.
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