Tectoy quer relançar cartuchos de Mega Drive, mas licenciamento é obstáculo

Em entrevista com o blog da Tectoy, o gerente de engenharia da empresa, Heriberto Martinez, discutiu um pouco sobre os desafios técnicos e logísticos de lançar o novo Mega Drive no Brasil, em especial com relação ao lançamento e distribuição de novos cartuchos de jogos do videogame clássico.

"Primeiramente queremos é que as pessoas usem cartuchos", disse. O problema maior, de acordo com Martinez, não está no aspecto técnico do console, e sim nos diversos problemas de licenciamento envolvendo estes jogos.

"O problema é achar o dono do jogo, que é algo tão antigo", explicou. "De repente tem uma pessoa responsável para cuidar deste assunto, que a papelada ficou na gaveta de alguém, foi para o lixo, ninguém sabe."

Além da entrada para cartuchos, este Mega Drive também traz um cartão de memória com mais de 20 jogos clássicos da plataforma.

Martinez também comentou sobre a falta de uma entrada HDMI na nova versão do Mega Drive.

"Vivemos algo parecido no passado, quando todos os televisores só tinham entrada de RF e a Sega lançou o Saturno, que só tinha saída de áudio e vídeo. Tivemos que vender uma caixinha, um modulador RF, porque as pessoas pediram. Naquela época a gente tinha um sinal melhor que era o vídeo composto e tivemos que baixar a qualidade para RF. Agora estamos enfrentando uma situação parecida. Nós temos o vídeo composto, que não tem um sinal com qualidade tão boa quanto HDMI. Até agora, estamos vendendo de 20 mil a 50 mil Master Systems por ano sem HDMI e estes Masters estão convivendo com TVs de LCD há muito tempo e ainda não tivemos nenhuma crise de 'não conexão'."

A entrevista completa também traz curiosidades sobre a carreira de Martinez, que trabalhou por 25 anos na Tectoy e esteve envolvido na criação do "Street Fighter II" de Master System e "Duke Nukem" de Mega Drive.

A nova versão do Mega Drive será lançada em junho de 2017, saindo por R$ 450. O console está em pré-venda no site da Tectoy por R$ 400.