Por que o couro, a renda e o crochê são tão presentes?
Por Nossa
O material nas mãos
Estilistas contam como a moda e a riqueza cultural do nordeste se misturam.
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Crochê
Para o estilista Weider Silveiro, não é possível desassociar o crochê da cultura nordestina: "As pessoas fazem muito em casa, para roupas, toalhas e coisas de enxoval, por exemplo".
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Rompendo fronteiras
"Acho que por ser algo mais simples, ele acabou sendo mais popularizado e amplamente explorado em outras regiões do Brasil e ao redor do mundo", diz Silveiro.
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Contemporâneo
Os crochês supercoloridos, tradicionais nas feiras de artesanato nordestinas, também invadiram o moderno na moda: "Existe também a técnica com cores mais sóbrias e fica muito contemporâneo".
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Couro
Ronaldo Fraga destaca como o material é enraizado na cultura do sertão há muito tempo: "Existem materiais que falam muito sobre a historia da civilização de um lugar, e o couro é um deles".
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O couro valoriza a história da região, que tem como um dos seus ícones de moda o Lampião: "Ele sempre chegava nos locais com um casaco de couro, tudo feito à mão, unindo a delicadeza e a aridez", conta a estilista Martha Medeiros.
Os tons terrosos retratam também cultura nordestina. "Se Lampião estivesse vivo, seria o maior dos 'digital influencers'. Pois tinha originalidade, pegava o chapéu de couro e quebrou a aba, colocando estrelas e medalhas".
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Renda
Se o couro era característico de Lampião, a renda era o retrato do estilo de Maria Bonita: "Foi ela quem divulgou para as comunidades mais pobres com o uso dos seus vestidos".
Benjamin Abrahão
Ganhando espaço
Estudiosa da cultura nordestina, a estilista alagoana conta que a renda, já tradicional na França, continuou a aparecer na cama, mesa e banho: "Ninguém dava valor às mulheres que faziam até ganhar o requinte que tem hoje me dia".
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Renda na moda brasileira
Martha defende sua influência para que o tecido no Brasil: "Eu resgatei pontos para renda na França e comecei a ver a aceitação aqui. Depois disso, começou a aparecer nas capas de revistas em São Paulo. Fui vendo que as pessoas gostavam e fui me profissionalizando".
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"Cada vez que eu pego na renda, vejo o que eu posso fazer de novo e nunca foi feito. As vezes, o novo não está no futuro, está no passado".