Pioneira da aviação

Há 90 anos nas asas da Panair

A companhia aérea Panair do Brasil funcionou no país entre 1930 e 1965, e ficou conhecida como a marca brasileira mais famosa no exterior.
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
A elegância das aeromoças era um dos destaques da 1ª grande aérea brasileira. Sinônimo de excelência, o "padrão Panair" incluía serviço de luxo, distribuição de amenities e até louça com detalhes em ouro.
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
Com voos para o Oriente Médio, Europa e América do Sul, inovou com a criação dos "bacuraus", primeiros voos noturnos da aviação comercial brasileira, e serviço de bordo com refeições quentes
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
Fechada em 1965 por um despacho do então presidente Castelo Branco, a empresa tinha uma frota de 24 aviões e voava para 14 países, em 4 continentes.
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
Viagens aéreas eram um evento social e a lista de passageiros era publicada em jornais da época. Na foto, o compositor Heitor Villa-Lobos em um avião da Panair.
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
No início dos anos 1930, passou a operar hidroaviões na Amazônia em missões humanitárias para levar suprimentos a pontos isolados do Brasil e ficou conhecida como a "Senhora do Norte".
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
Em 1931, a rota Belém-Buenos Aires operada pela Panair demorava 5 dias e tinha pernoites em Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
Com a aquisição da empresa Celma, em 1957, a Panair passou a ter a maior estrutura de manutenção aeronáutica do país, uma espécie de autorizada na América Latina pelas fabricantes mundiais.
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
Em 1959, o Constellation da Panair protagonizou o 1º sequestro aéreo da história da aviação nacional. O avião, que ia do Rio para Belém, foi desviado até o aeroporto de Aragarças, em Goiás (foto), na tentativa de derrubar o então presidente Juscelino Kubitschek.
Eduardo Vessoni/UOL
Em fevereiro de 1965, o presidente Castelo Branco suspendeu as concessões da Panair, alegando endividamento e falta de segurança, em uma manobra que favorecia as concorrentes.
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil

Prepararam o plano antes mesmo do Golpe civil-militar e, após abril de 1964, iniciaram uma perseguição continuada"

Rodolfo Rocha Miranda,
Atual presidente da Panair e filho de Celso da Rocha Miranda (foto)
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
Comandada por Paulo Sampaio, a companhia teria sido fechada, de forma arbitrária e sem nenhum amparo legal, por perseguição política aos sócios Celso da Rocha Miranda e Mário Wallace Simonsen (foto), identificados com os governos de JK e João Goulart.
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
Considerado a 1ª perseguição da ditadura militar contra uma empresa, o caso seria não só uma crise financeiro-política mas também humanitária, pois o isolado Norte do Brasil deixava de contar com voos da Panair.
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
"Anjos sem asas": após o anúncio do fechamento da Panair do Brasil, aeromoças chegaram a fazer protestos e campanhas de arrecadação para funcionários que ficaram sem renda.
Arquivo Nacional/Correio da Manhã

Não se espatifou no chão, naturalmente, por enfermidade. Foi abatida enquanto alçava voo"

Daniel Leb Sasaki,
Autor do livro "Pouso Forçado" (Ed. Record)
Divulgação
Para o biógrafo Daniel Sasaki, a falência decretada pelo juiz Mário Rebello foi "um golpe sobre o golpe", em uma empresa de 5 mil funcionários, aeroportos próprios e serviços de radiotelegrafia e de correio aéreo.
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil

A maior das maravilhas foi voando sobre o mundo. Nas asas da Panair"

Milton Nascimento e Paulo Brant,
letra da canção "Saudades dos Aviões da Panair"
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
Feita exclusivamente para Elis Regina, a música de 1975 teve o título alterado para "Conversando no bar" para evitar a censura, por sugestão da própria cantora.
Wikipedia/Creative Commons
Em ação inédita, em 2019, o Museu Histórico Nacional adquiriu sua primeira coleção sobre uma empresa, um acervo de 699 peças reunidas pelos próprios funcionários da Panair, como folheteria, louça de bordo e réplica de um avião.
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil

A exposição é sobre uma empresa e pessoas que viveram uma época sombria da nossa história. Temos que lembrar para não repetir"

Mariza de Carvalho Soares,
Curadora da exposição "Nas Asas da Panair"
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
Fontes

Família Panair do Brasil
Museu Histórico Nacional
Arquivos da Folha
"Pouso Forçado", de Daniel Leb Sasaki

Vídeos iniciais

Documentário "Panair do Brasil - Uma História de Glamour e Conspiração"
Jaime Accioly/Museu Histórico Nacional - Coleção Panair do Brasil
Publicado em 01 de julho de 2020.

Reportagem
Eduardo Vessoni

Edição
Eduardo Burckhardt



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