Playcenter: a história do parque que conquistou gerações
Por Eduardo Vessoni
Fundado em 1971, em uma área de 5 mil m², o Playcenter tinha atrações como tobogã e a primeira montanha-russa de metal do Brasil. Nos primeiros dias, funcionava 24 horas e o acesso custava 1 dólar por brinquedo.
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Com o slogan "Playcenter, o lugar onde tudo acontece", o parque foi reinaugurado em julho de 1973 em uma área de 85 mil m², na Zona Oeste de São Paulo.
Rodney Suguita/Folhapress
Construímos o Playcenter no meio do nada, em plena Marginal do Tietê. Entre comprar o terreno na Barra Funda ou adquirir a montanha-russa Super Jet, optei pela segunda opção"
Marcelo Gutglas, Fundador do Playcenter
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Ao longo dos 39 anos de funcionamento na Barra Funda, entre 1973 e 2012, o Playcenter recebeu cerca de 60 milhões de visitantes e contou com 15 mil funcionários
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No final dos anos 1970, esse King Kong foi inaugurado pela atriz Jessica Lange, protagonista do filme de 1976. Com 15 metros de altura e rosto com 80 movimentos, pesava 5 toneladas e tinha 600 m² de pelos sintéticos.
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Em 1982, durante o Festival da Criança, o parque comemorou o aniversário do palhaço Bozo em show para 30 mil pessoas. Com o sucesso, a atração voltou a ser apresentada nos três anos seguintes.
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Feita de fibra de vidro, acrílico e espuma, Eva era uma boneca gigante cujo interior simulava órgãos internos. Funcionou de 1984 a 1989 como o brinquedo Viagem Fantástica ao Corpo Humano.
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Marcelo Gutglas durante a construção da Montanha Encantada, em 1981. Feito com fibra de vidro que simulava pedras, o brinquedo era um circuito aquático sobre um barco em forma de tronco que circulava entre cenários.
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Em 1983, o parque inaugurava esse show com focas e quatro golfinhos adestrados que se apresentavam em tanques com até 2 milhões de litros de água salinizada artificialmente.
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Trazidos de Reykjavik, na Islândia, filhotes de orca passaram a se apresentar no Playcenter em uma arena para até 5 mil pessoas. O Orca Show funcionou no parque entre 1985 e 1989.
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Apresentações de artistas eram algumas das atrações mais concorridas. Passaram pelo parque o mágico David Copperfield (foto), o paranormal Uri Geller e o grupo Menudo, que se apresentou para 5 mil pessoas, em 1984.
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Contatado pela empresária Marlene Matos, em 1993 o Playcenter recebeu Michael Jackson com a condição de que o parque fosse fechado para o cantor e sua comitiva de 15 pessoas.
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Em sua visita de 2h30, Michael Jackson brincou na barca Viking, La Bamba e na Montanha Encantada (foto), atração que chegou a expressar intenção de compra, negada pelo parque.
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O Playcenter ficou marcado pela inovação de suas atrações e serviços como o bem-sucedido Passaporte da Alegria que dava acesso ilimitado a todos os brinquedos do parque.
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Inspirado em uma atração de um parque de Los Angeles, o evento Noites do Terror foi a saída encontrada pelo Playcenter para lotar o local em agosto, tradicionalmente um mês fraco por conta da volta às aulas.
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Pelo Noites do Terror passaram mais de 12 milhões de pessoas, uma mega operação com quase 400 profissionais, entre técnicos e atores, mais de 90 adereços cênicos e 150 quilos de maquiagem.
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Atração de baixo investimento, a Monga foi um dos maiores sucessos. O show de ilusão ótica em que uma mulher se transformava em gorila foi inaugurado em 1977 e teve uma segunda versão, após o incêndio de 1988 que destruiu o local.
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Conhecida pelas filas de mais de 2 horas, a Super Jet foi a primeira montanha-russa do parque. A 16 metros de altura e velocidade até 80 km/h, o percurso durava 2 minutos.
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Com mais de 50 anos no setor de entretenimento, o boliviano Marcelo Gutglas é a mente por trás da criação do Playcenter, cuja carreira começou com a criação de uma jukebox no TCC de seu curso de engenharia eletrônica, nos anos 1960.
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Com o slogan " Playcenter fecha aos 39 porque a vida começa aos 40", ele fechou as portas em 2012, um ano antes de completar quatro décadas. Após algumas tentativas de reabertura, não há previsão de um espaço nos moldes do original.
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Para matar um pouco a saudade, há o Playcenter Family, parque que ocupa uma área de 5 mil m² no Shopping Aricanduva, em São Paulo.
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Em 2016, o jornalista Maurício Nunes lançou o o bem-humorado ‘Playcenter: o lugar onde tudo acontecia’, livro com crônicas, histórias e curiosidades do parque.
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Fontes
Marcelo Gutglas
Adibra (Assoc. das Empresas de Parques de Diversões do Brasil)
"Playcenter: o lugar onde tudo acontecia" (Editora Zelig)