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Roteiro pela Liberdade: rua Thomaz Gonzaga tem boteco de sumô e Hello Kity
Devo às minhas filhas a inspiração para este texto e para o que publiquei dias atrás, mencionando os bares e restaurantes que, a meu ver, estão transformando a Thomaz Gonzaga, na Liberdade, em uma das ruas mais legais de São Paulo. Em um quarteirão, listei nada menos do que 21 estabelecimentos gastronômicos.
Elas leram ou viram em algum lugar que havia um restaurante da Hello Kitty na Liberdade. Desatento, eu falei: "Oba! Liberdade? Faz tempo que não vamos lá". Pronto, assim acertamos o passeio da tarde de sábado. Na verdade, só meu dei conta da motivação já no meio do caminho, quando percebi que a Thomaz Gonzaga é a mesma rua do Kintaro, um izakaya (grosso modo, boteco japonês), que tem à frente uma família dedicada ao sumô.
Pensei de novo: "Oba! Enquanto elas vão na 'Rélôôôu', como diz minha caçula, eu vou comer uma coxinha e tomar uma cerveja no Kintaro". O engraçado, vim a saber conforme descia a rua, é que ambos os estabelecimentos são vizinhos de parede.
Pra resumir, aquele sábado começou com Hello Kitty, teve uma esticada até a pastelaria Yoka (na rua dos Estudantes), um rolê pela rua da Glória, e terminou com minha família acomodada em quatro banquetas ao balcão do Kintaro, jogando cartas de Pokémon e comendo um delicioso frango frito.
Mas, seguindo o prometido no texto anterior, indico aqui os bares e restaurantes localizados no lado ímpar da rua Thomaz Gonzaga.
Sushi Kenzo Liberdade (nº 45)
Japonês raiz, e dos bons, define-se como um "restaurante Japonês inspirado nas mais tradicionais casas de sushi do Japão". A inspiração, no caso, se dá pelo apuro na escolha dos ingredientes, em especial os peixes, e na montagem dos sushis, que atraem ricos e famosos, como a empresária Luiza Trajano e o chef de cozinha gente boníssima Carlos Bertolazzi. O niguiri de atum é ótimo.
Kyoto (nº 45B)
É um misto de café e restaurante, de boa relação entre preço e qualidade, no caso dos combos: o que combina kare de frango frito mais chá de limão, por exemplo, custa R$ 39. E ainda presta um bom serviço aos não-iniciados: todos os itens aparecem no cardápio identificados por fotos.
Curry's (nº 45C)
Gratíssima surpresa para quem aprecia a profusão de sabores, ardências e sabores da culinária indiana. O restaurante é a segunda empreitada da cozinheira Kanchana Kanojia, que havia aberto o Queen's Kitchen na Barra Funda, fechado durante a pandemia. Ela abriu este aqui, em sociedade com o compatriota Shobhan Singh.
No salão tomado pela longa e envidraçada cozinha, é possível perder a elegância diante dos guisados perfumados e discretamente ardidos, como o de vegetais ao curry e o curry de cordeiro (R$ 60). São servidos de maneira simples, mas devidamente acompanhados de um verdadeiro banquete composto de samosa (pasteizinhos indianos, que podem ser pedidos como entrada, a 16 reais a porção), arroz, sopa de lentilha, arroz, pão naan assado na hora (feito de farinha com iogurte), gulab jamun (bolinhas de leite em pó fritas em calda de água de rosas e cardamomo, entre outros itens.
Thai Chef (nº 45D)
Filial de uma casa aberta no bairro da Aclimação, tem na cozinha um time de tailandeses cuidando dos fogões. O cardápio compõe-se de receitas típicas da culinária do sudeste da Ásia, em sugestões como o pad thai (talharim de arroz, tofu com vegetais fritos no molho d casa, com base de tamarindo, e molho de peixe; R$ 39,90 para uma pessoa).
Ikkousha Ramen (nº 45E)
Especializado em Tonkotsu Ramen (lamen), o originário de Hakata, Fukuoka, Japão. O caldo cremoso que sustenta a receita é superlento: a base do preparo é o osso do porco, que vai sendo cozido por vários dias, até adquirir uma textura cremosa. O lamen com lombo suíno sai por R$ 45 e pode-se escolher o ponto de cozimento da massa: mole, normal, duro e superduro.
Spoonful Creamery (nº 45G)
Nesta sorveteria especializada em raspadinhas, há onze opções de sabores (frutas vermelhas e limão, por exemplo), 22 toppings (chocolate kit kat picado é um deles) e sete ingredientes para cobertura (leite condensado e calda de morango, haja açúcar!).
As raspadinhas podem ser pedidas no tamanho padrão (R$ 13,20) ou grande (R$ 17,20) e vale a dica: ao comprar vouchers de consumo, válido por um ano a partir da data da compra, o cliente recebe um código por e-mail que dá um desconto no valor dos produtos. Exemplo: ao comprar um voucher de R$ 80, ganha-se o direito de consumir R$ 100.
Udon Jinbei (nº 51)
O udon, macarrão japonês que tem mais de mil anos de história, é o prato mais que típico da casa. A massa, aliás, é preparada de maneira artesanal no próprio restaurante, diante do cliente e de quem passa na rua, tendo como ingrediente principal farinha importada. Das onze opções, vale pedir a que traz tempurá de legumes, que chegam empanados à parte.
Kintaro (nº 57)
Um balcão, algumas bancos, duas mesas tipo bistrô na calçada, uma coxinha muito bem preparada e frita e deliciosos petiscos de boteco à moda japonesa. Acredite, tudo isso é atributo deste izakaya superhypado, que foi aberto em 1993 e ganhou fama para fora da comunidade japonesa na última década.
Ficou conhecido também por reunir praticantes de sumô, milenar luta de origem japonesa, já que os anfitriões são adeptos. Na falta da coxinha — que costuma acabar cedo —, vale provar o kimchi, o pernil com cebola e o frango frito.
Eat Asia + Hello Kitty (nº 61)
A bem da verdade, a gastronomia aqui acabou por se tornar coadjuvante — a especialidade é o combo de smashbúrguer com batata frita — já que a personagem Hello Kitty é o fofo chamariz para crianças e pais. Por todo o ambiente há referências à gatinha e, claro, produtos à venda não podem faltar, de bonés a copos de plástico made in China (R$ 19,90).
Komei (nº 65)
É um dos restaurantes mais novos da rua, em funcionamento desde 2018. Aqui pode-se passear por diversas especialidades japonesas — entre as quais o lamen, o kare e o teishoku — seja em pedidas individuais, seja tudo-junto-e-misturado, como no Mix Furai Karê. A porção traz karaague (frango frito), ebi e fish (camarão e peixe empanados), acompanhados de karê e lamen.
Porque Sim (nº 75)
Funcionou por muito tempo como karaokê e restaurante mas, no pós-pandemia, tem focado as atenções na gastronomia. Ainda assim, o público mais jovem é quem dá as caras e costuma folhear os mangás perfilados numa estante instalada na parede à esquerda. Entre os pratos, destaca-se o yakissoba de carne de porco, de boi ou misto, que pode ser coberto de legumes, mais carne e camarão.
Lamen Kazu (nº 87)
Talvez seja o "top of mind" quando se pensa em um restaurante especializado em lamen no bairro da Liberdade. Não é por acaso, são quinze anos de atividade no bairro, sendo cinco deles neste endereço, maior e mais confortável.
A cara de fast-food chique se deve, decerto, à parceria com a rede internacional de restaurantes Try, e ao serviço, no qual deve-se selecionar um tipo de caldo (entre três) e uma opção de topping principal (de quatro sabores). A quem queira adicionar ingredientes, deve pagar por item. Exemplo: o missô lamen tradicional custa R$ 53,50; com acréscimo de kimchi ou tofu, sai a R$ 61,70.
Coffee Selfie (nº 107)
Uma xícara em uma mão e o celular na outra, para tirar uma selfie e, em seguida, ver a foto estampada na espuma de seu cappuccino. É mais ou menos essa a proposta da cafeteria, que serve bolos, doces e salgados, além de outras bebidas quentes.
Para crianças que ainda não gastaram toda a energia no rolê da Rélôôu, um balanço é a atração e costuma render algumas fotos de pais e mães corujas. Para esses, talvez baste um café espresso duplo (R$ 8,50).
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