Como saber o sexo de um gato? Até mesmo observar a cor do pelo pode ajudar
Para quem tem pouca familiaridade com gatos, determinar se um animal é macho ou fêmea pode parecer uma tarefa óbvia: basta olhar seus órgão genitais. Porém, isso não é tão simples como em cães, uma vez que os órgãos dos felinos são mais escondidos. Então, para descobrir o sexo do gato, temos que saber o que procurar, já que a resposta pode estar na conformação do corpo ou até mesmo em suas cores.
Gatos machos adultos são mais facilmente identificáveis, pois seus testículos são bem evidentes. Além disso, com a idade eles adquirem um corpo mais musculoso e a "cara de gato macho", mais larga e com uma bochecha bem grande que, para quem tem um pouco de costume, os diferencia facilmente.
Nos filhotes a coisa fica mais difícil. Nas primeiras semanas de vida, os testículos podem ainda não estar em sua posição, ou têm tamanho muito pequeno, o que dificulta sua identificação. As bochechonas tampouco se desenvolveram. A dificuldade também vale para diferenciar gatos machos já castrados de fêmeas. Existem diversas histórias de "gatas" adotadas que são encaminhadas para a castração e que na preparação para a cirurgia, percebe-se que na verdade eram machos já castrados.
Em minhas últimas férias, quando o mundo ainda era um pouco mais normal, eu, minha esposa e meus dois cachorros nos hospedamos uns dias em uma pousada. Ali havia outros animais, incluindo uma gata sem dono e seus três filhotes, que viviam pela vizinhança. Quando a dona da pousada descobriu que eu era veterinário, me chamou para ajudá-la. Ela estava buscando donos para os gatinhos, mas não sabia qual o sexo deles.
Nesses animais jovens é necessário levantar o rabo e observar a posição dos órgãos genitais. Nas fêmeas, observamos que a vulva encontra-se um pouco mais próxima ao ânus do que o pênis dos machos. Esse espaço a mais que há nos machos é onde os testículos vão se desenvolver.
Por meio da observação dessa distância, pude dizer que ela tinha dois machos. O terceiro filhote era muito arisco, e não o vi durante quase toda a viagem. Quando deu o ar de sua graça, nos últimos minutos do último dia, não fomos capazes de pegá-lo, mas, nesse caso, por uma grande sorte, mesmo olhando de longe pude dizer, com 99% de certeza, que se tratava de uma fêmea.
Por que tive tanta certeza?
Os gatos têm uma característica interessante. Sua pelagem é determinada por uma complexa interação entre diversos genes, que somados determinam o padrão do pelo (tigrado, manchado, uniforme, siamês?) e das cores (branco, preto, amarelo ou outras). No caso das cores amarela e preta especificamente, a presença ou ausência é determinada por genes localizados no cromossomo X.
Assim como nos humanos e outros mamíferos, os gatos possuem dois cromossomos sexuais (XX nas fêmeas e XY nos machos). Dessa maneira, as gatas podem ter umas das cores, se seus dois cromossomos só tiverem o gene para uma delas, mas também podem ter as duas, o preto vindo de um X e o amarelo vindo do outro. Podem ainda ser tricolores se tiverem também o gene para cor branca, que está em outro cromossomo. Já os machos possuem apenas um cromossomo X e, portanto, só podem ter uma das cores, o preto ou amarelo, somado ou não ao branco.
Voltando ao meu caso, a filhote fujona era tricolor (branco, preto e amarelo).
Mas porque, então, eu não dei 100% de certeza que se tratava de uma fêmea?
Nos gatos e em diversas espécies de mamíferos, incluindo o homem, existe uma síndrome chamada Klinefelter. Por uma falha na divisão celular do óvulo ou espermatozóide, os portadores dessa síndrome possuem três cromossomos sexuais. São dois cromossomos X e um um cromossomo Y, sendo que este último faz com que tenham as características físicas de um macho.
Desse modo, se cada cromossomo X do machinho resultante tiver o gene para uma das cores (amarelo e preto), teremos um raro gato macho amarelo e preto ou tricolor.
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