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Depois de incêndio, navio que levava 1.100 Porsches afunda no Atlântico
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Duas semanas após pegar fogo, nas proximidades das Ilhas dos Açores, quando navegava entre a Alemanha e os Estados Unidos, o navio transportador de automóveis Felicity Ace afundou na manhã desta terça-feira, levando definitivamente para o fundo do mar sua carga mais que cobiçada: mais de 3 900 carros esportivos, entre eles 1.100 Porsches.
O naufrágio pegou de surpresa as equipes de regaste, que, depois de controlarem o fogo, estavam levando o navio a reboque, para o porto mais próximo.
Adernou, tombou e afundou
O mar estava agitado e, de repente, o navio começou a adernar para um dos lados, chegando a 45 graus de inclinação.
Quando isso aconteceu, as equipes dos rebocadores cortaram os cabos, a fim de se preservarem, e o navio capotou e afundou, quando estava a cerca de 350 quilômetros dos Açores, num ponto onde a profundidade passa dos 3 000 metros.
Prejuízo de muitos milhões de dólares
O prejuízo da valiosa carga, formada por carros esportivos das marcas Porsche, Audi, Bugatti, Bentley, Lamborghini e modelos elétricos de última geração da Volkswagen é estimado em mais de 400 milhões de dólares, mas os carros, muito provavelmente, já estavam perdidos, desde que começou o incêndio, causado, ao que tudo indica pelas baterias dos próprios veículos elétricos que o navio transportava.
Naufrágio foi surpresa
Felizmente, nenhum dos 22 tripulantes do navio, que era especializado nesse tipo de transporte, se feriu no acidente e todos foram resgatados pela Marinha Portuguesa, bem como as equipes que participavam do reboque do navio.
Mas o naufrágio gerou surpresa, porque acreditava-se que, após o fogo ter sido debelado e uma equipe colocada a bordo, por meio de helicópteros, para monitorar o reboque da embarcação, o problema maior havia sido resolvido.
Mas não.
O mar agitado e a perda de estabilidade do navio, causada, muito possivelmente, por danos gerados pelo incêndio, decretaram o fim definitivo dos automóveis que estavam a bordo do navio, todos agora no fundo do Atlântico Norte.
Havia uma esperança
Todos os carros que o Felicity Ace transportava destinavam-se ao mercado americano, e muitos proprietários já haviam sido avisados de que seriam ressarcidos do prejuízo - embora houvesse a esperança de que nem todos os veículos tivessem sido atingidos pelo fogo.
Mas o naufrágio do navio na manhã desta terça, acabou com todas as expectativas.
Um caso envolvendo brasileiros
Três anos atrás, quatro brasileiros passaram por experiência semelhante, quando o navio cargueiro italiano Grande America, que trazia da Alemanha para o Brasil quatro unidades do exclusivíssimo modelo Porsche GT2 RS, que estava saindo de linha e cujas últimas unidades haviam sido comprados por eles, também afundou o Atlântico, em 12 de março de 2019.
O naufrágio também não gerou vítimas, mas deixou os proprietários dos automóveis, dois de São Paulo, um de Curitiba e outro de Belo Horizonte, tão decepcionados, já que eram as últimas unidades daquele versão super-esportiva da marca alemã, que a Porsche tomou uma decisão inédita e reabriu a linha de montagem para atender aos clientes brasileiros — clique aqui para conhecer esta história, que, ao contrário dos quase 4 000 automóveis que estavam no malfado Felicity Ace, teve um final feliz.
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