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Pesquisador diz ter encontrado submarino nazista afundado na Argentina
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Em 1994, após anos de pesquisas, o historiador argentino Abel Basti descobriu - e denunciou - que um ex-oficial nazista, chamado Erich Priebke, vivia anonimamente na região de Bariloche há quase meio século, desde que fugiu da Alemanha, ao final da Segunda Guerra Mundial.
A descoberta levou Basti a ter ainda mais certeza de que a fuga para a Argentina de ex-oficiais de Hitler havia mesmo ocorrido. E, na maioria dos casos, isso fora feito por meio de submarinos, que chegavam escondidos à costa argentina, e, depois de desembarcar seus ocupantes, eram afundados, para não deixar pistas.
A prova só veio agora
Basti sempre suspeitou disso. Mas, para ele, a prova cabal veio em março deste ano, quando, após uma nova e exaustiva pesquisa, encontrou os restos do que parecia ser um submarino alemão, afundado a pouco mais de quatro quilômetros das praias da cidade de Necochea, ao sul da província de Buenos Aires.
O pesquisador, então, procurou a Prefeitura Argentina, uma espécie de Guarda Costeira do país vizinho, e relatou o achado do naufrágio - que não constava em nenhum registro do passado.
Contudo, depois de examinar os escombros, que repousam a mais de 28 metros de profundidade, a entidade concluiu que não era possível afirmar que se tratava de um submarino, tal o estado dos destroços.
'Elo Perdido'
Basti, porém, não desistiu. Criou uma entidade multidisciplinar com profissionais de diversas áreas, que batizou de Eslabón Perdido ("Elo Perdido", em português), contatou peritos e tratou de provar que o que ele encontrara, afundado no mar da Argentina, era um submarino nazista e não um velho navio qualquer.
E é isso que ele acaba de comemorar, após receber confirmações, tanto dos peritos navais argentinos Andrés Cuidet e Juan Martin Canevaro - este, presidente do Conselho Profissional de Engenharia Naval da Argentina - quanto da Liga Navale Italiana, uma entidade ligada ao Ministério da Defesa da Itália especializada em naufrágios, de que os destroços encontrados são "compatíveis com os de um submarino alemão da Segunda Guerra Mundial".
Periscópio à vista
Para chegar a esta conclusão, os peritos se basearam em imagens submarinas feitas por um robô, que, entre outras partes da embarcação, mostram o que seria uma escotilha, um pedaço da torre (parte mais saliente em qualquer submarino) e, acima de tudo, uma haste fina e comprida, que todos interpretaram, sem a menor dúvida, como sendo um periscópio - equipamento que só os submarinos possuem.
O perito do órgão italiano foi ainda mais longe e afirmou que, pelo estado em que se encontram os escombros, o submarino deve ter sido deliberadamente explodido, como determinava o protocolo alemão em casos desse tipo.
Além disso, o tamanho e extensão dos destroços, que se espalham por cerca de 80 metros, são equivalentes ao porte dos submarinos alemães usados naquele conflito.
"Este submarino é uma prova irrefutável do plano traçado por Hitler para evacuar oficiais nazistas para a Argentina, ao final da Segunda Guerra Mundial", diz o incansável pesquisador Basti, autor de vários livros sobre o assunto, em um vídeo divulgado esta semana no YouTube.
Antecedentes históricos
Em suas pesquisas, Basti também se baseou em antecedentes históricos, que comprovam a capacidade que os submarinos alemães tinham de chegar escondidos e incólumes à costa argentina, onde teriam contado com a cumplicidade do próprio governo argentino.
Um destes casos foi a rendição de dois submarinos nazistas, o U-530 e U-997, na cidade de Mar del Plata, em agosto de 1945, três meses após o final do conflito com a Alemanha - e, supostamente, após terem desembarcado seus ocupantes graduados em pontos ermos do litoral argentino, como também teria sido o caso do submarino agora encontrado.
Outro caso envolveria até o torpedeamento de um navio da Marinha do Brasil, o cruzador Bahia, que teria sido alvejado por um submarino alemão a caminho da Argentina, para não ser descoberto, o que resultou na maior tragédia da história naval do Brasil — clique aqui para ler esta história —, que, até hoje, alimenta as teorias da conspiração sobre a presença nazista na Argentina do pós-guerra.
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