Exame de crânio encontrado em lago esclarece um mistério e cria outro
No dia 6 do mês passado, um grupo de moradores de pequena cidade alagoana de Mar Vermelho pescava em uma lagoa no centro do município, quando uma das redes trouxe algo surpreendente: um crânio humano.
O achado deixou intrigada toda a população de Mar Vermelho, que tem pouco mais de 3 600 habitantes: de quem seria aquele crânio, se ali não acontece um desaparecimento há décadas e não faltava ninguém na cidade?
Parafusos no osso
Chamada, a Polícia levou o crânio para exames, e o resultado veio rápido, uma vez que havia evidentes parafusos atarraxados na peça, além de uma mola metálica que articulava a mandíbula da suposta vítima.
A conclusão - óbvia - é que se tratava de um crânio que fora utilizado para estudos ou como peça de mostruário, e não de alguém que tivesse sido morto ou se afogado no lago.
"Não há lesões cranianas evidentes que forneçam indícios da causa da morte", escreveu o perito odontolegista João Alfredo Guimarães, que examinou o crânio.
"Os parafusos e a mola indicam que ele pudesse estar sendo usado para algum tipo de estudo", concluiu o especialista.
Quem jogou no lago?
O exame, conduzido pela Polícia Científica de Alagoas, pôs fim ao mistério sobre a eventual morte de algum desconhecido no lago de Mar Vermelho - que, apesar do nome, não fica no litoral e sim no interior do estado.
Mas gerou outro: quem utilizava aquele crânio - e com qual propósito -, e quem o descartou no lago?
De onde o crânio veio?
O laudo do exame servirá de subsídio para o inquérito policial que está em andamento, desde que a macabra peça foi acidentalmente "pescada" no fundo do lago.
Mas, se antes a Polícia buscava pelo dono do tal crânio, agora o foco das investigações será descobrir de onde ele veio (já que uma lei restringe o uso de cadáveres humanos às faculdades de medicina, e o vilipêndio de corpos é um ato igualmente criminoso), e porque foi descartado irregularmente daquele jeito?
"Um mistério dentro do outro"
Por enquanto, a única pista é que, quem quer que tenha atirado o tal crânio na água (cujo dono original permanece ignorado), o fez recentemente, porque o lago foi esvaziado em 2016 e não havia crânio algum dentro dele.
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Quero receber"É um mistério dentro do outro", diz um morador da cidade, cada vez mais encafifado com a origem daquele crânio que brotou do lago.
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