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Como estátua de um macaco foi parar no fundo do mar do Ceará? Ninguém sabe

Quase um mês depois de ter sido achada (ou melhor, reencontrada...) no fundo do mar do Ceará, uma curiosa estátua de um macaco, com cerca de um metro e meio de altura e pernas arqueadas, ainda intriga tanto os pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar - Labomar, de Fortaleza, quanto quem as encontrou, um grupo de pescadores da cidade cearense de Icapuí.

O que aquela estátua de concreto estaria fazendo no fundo do mar cearense, a cerca de 16 quilômetros da costa?

"Não faço ideia", diz o pesquisador cearense Luis Ernesto, do Labomar.

"Talvez, ela tenha sido colocada lá para servir de atrativo submarino para mergulhadores, ter caído de algum barco que a transportava, ou usada como uma âncora improvisada, já que estava dentro da área de um parque marinho estadual. Mas o mais intrigante é que não foi a primeira vez que aquela estátua foi vista no fundo do alto mar".

Encontrada duas vezes

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Imagem: Marcos Davis - Labomar

O fato a que o pesquisador se refere aconteceu cinco anos atrás, quando um grupo de pesquisadores do Labomar, inclusive ele próprio, encontraram a mesma estátua a 17 metros de profundidade, quando faziam um levantamento da fauna marinha do então recém implantado Parque Estadual da Pedra da Risca do Meio, mesma região onde ela foi encontrada pelos pescadores, no mês passado.

"A princípio, pensei que fosse o cadáver de uma pessoa, porque a estátua estava de bruços, deitada na areia do fundo. Levei um susto. Mas quando vi o que era, a coloquei em pé, fiz algumas fotos e fui embora, dando risada, porque não esperava encontrar um macaco debaixo d'água", lembra o mergulhador Marcos Davis, o primeiro a ver o intrigante objeto no fundo do alto mar cearense.

"Na ocasião, a estátua tinha um pedaço de corda amarrada na cintura, o que sugere que ou ela estava presa a um barco, mas caiu, ou que tenha sido propositalmente jogada no mar, para servir de âncora ou sustentação de alguma boia de pescador", analisa Marcos, que ficou igualmente surpreso ao saber que a mesma estátua que ele havia achado em 2019 havia sido novamente encontrada.

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"Só pode ser a mesma estátua, porque é pouco provável que duas peças iguais tenham caído ou sido jogadas no mar no mesmo local", diz Marcos, que explica o por que da sua surpresa com o novo achado:

"Se fosse em uma praia ou área pequena, até que um reencontro desses não seria tão absurdo. Mas em alto mar, onde, muitas vezes, nem grandes navios afundados são encontrados, a chance de isso acontecer era mínima. Mas não é que aconteceu?

Pescador mergulhou e achou

A curiosa imagem foi encontrada pelos pescadores quando um deles mergulhou na área para colocar manzuás, armadilhas para captura de lagostas.

Ao retornar ao barco, o mergulhador contou aos colegas sobre o curioso achado e eles resolveram içar a estátua, para fazer algumas fotos.

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Imagem: Reprodução
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Depois, a jogaram de novo no mar, em outro local.

"Eles nem poderiam estar capturando lagostas naquele lugar, porque é um parque protegido. Muito menos retirado a estátua de lá, porque ela já fazia parte daquele ambiente marinho. Mas não deixa de ser interessante que a mesma estátua seja encontrada duas vezes, e no meio do oceano", diz o pesquisador Luis Ernesto.
Teria vindo de uma praça?

Já o mergulhador Marcos Davis, dono de uma operadora de mergulho em Fortaleza, diz que quando achou a estátua ficou sabendo que havia uma cidade no interior do Ceará que tinha imagens semelhantes, mas não recorda o nome do município.

"Talvez, uma daquelas estátuas tenha ido parar nas mãos de algum pescador, que decidiu usá-la como âncora, para parar o barco e pescar na área do parque. Ou como peso para uma boia indicar o local das armadilhas para as lagostas, o que explicaria aquele pedaço arrebentado de corda amarrado na cintura da estátua", conjectura o mergulhador.

"Mas também pode ter sido apenas uma brincadeira, como a que alguns mergulhadores fizeram no litoral do Rio Grande do Norte no passado, quando colocaram a imagem de uma santa em uma gruta submersa e passaram a dizer que era um milagre. Acho que nunca vamos saber a verdade", arrisca Marcos.

Outra estátua que está dando o que falar

Embora muito mais curiosa, pela figura que exibe, não foi a primeira vez que uma estátua tirada do fundo do mar dá o que falar.

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No Uruguai, a retirada da estátua de uma águia com o símbolo nazista nas garras, que decorava um dos mais famosos navios da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, o couraçado Graf Spee, afundado pelo seu próprio comandante próximo ao porto de Montevidéu como forma de escapar de um cerco montado pelos ingleses, virou uma novela que já se arrasta há 20 anos, com o financiador da empreitada, o empresário Alfredo Etchegaray, brigando com o governo uruguaio pela posse do objeto, ou indenização pelo que gastou na operação.

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Imagem: FOTO 3 ARQUIVO Alfredo Etchegaray

Até hoje, não houve um acordo - que envolve também o governo da Alemanha e entidades judaicas - e, por isso, a polêmica estátua segue guardada dentro de um depósito da Marinha uruguaia, à espera de uma solução para o caso, cujos detalhes podem ser conhecidos clicando aqui.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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