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Buenos Aires: os cafés, mercados e restaurantes que renovam a cena LGBTQIA+
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Buenos Aires é uma velha conhecida do público LGBTQIA+. Há muitos anos entre os principais destinos friendly e capital do primeiro país sul-americano a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a cidade costuma ter passagens aéreas com bons preços, estimulada pela entrada da low-cost Flybondi no Brasil em 2019, com voos saindo de SP, Rio e Floripa.
Isso tudo somado ao clima romântico e à beleza de seus homens faz com que a "Paris da América do Sul" seja o primeiro destino internacional de muitos viajantes da comunidade. Foi o meu caso, em 2008.
Na minha quarta visita, semana passada, conheci novidades da capital da Argentina e, para quem gosta de gastronomia, perdoem-me o trocadilho, é um prato cheio. Os destaques incluem cafés, restaurantes, mercados e pátios gastronômicos, além de um rooftop para drinks e uma experiência de yerba mate. Aproveitei também para me atualizar sobre os melhores points LGBTQIA+, para além da Marcha del Orgullo, que acontece em novembro. Bora?
BA Gastronômica
Como parte do esforço para tornar Buenos Aires a capital gastronômica da América Latina, mercados e pátios têm ganhado espaço. E a gente agradece, pois quem é que recusa uma boa comida na Argentina, não é? #TrocadilhosInfames
O Mercado de los Carruajes fica na região central, no Retiro, e o prédio historicamente servia para guardar carruagens dos governantes nos séculos XIX e início do XX. Hoje patrimônio histórico, o mercado gourmet começou a ser projetado em 2018, mas só foi inaugurado em fevereiro de 2022 por conta da pandemia. Inspirado nos pátios gastronômicos espanhóis, conta com gastronomia nacional e internacional, além de uma oferta de vinhos, doces de leite e alfajores.
O Mercado Belgrano é mais frequentado por portenhos do bairro de mesmo nome que buscam produtos frescos e um espaço descolado para comer e beber. Centenário, o mercado passou por duas reformas recentes: em 2017, na parte interna e, em 2019, uma expansão incluiu uma área externa e uma varanda suspensa ao ar livre. Lá também é possível fazer aulas semanais de culinária.
Já o Pátio de los Lecheros, em Caballito, foi reformado em 2016 e serve entretenimento a qualquer hora do dia. O espaço hipster, "trendy" e instagramável oferece diversas opções para comer, música ao vivo e uma área de entretenimento para crianças. Vale também incluir no roteiro o Mercado de San Telmo, que tem mais a cara dos "mercadões" que a gente conhece:comida, antiguidades e produtos frescos.
Entre os restaurantes, a surpresa ficou para o Mercado de Liniers, que só disponibiliza menu degustação de três, cinco ou oito passos e mistura sabores do mar e da terra e um atendimento impecável em ambiente agradável. No agitado bairro de Palermo, bastante frequentado pela comunidade LGBTQIA+, a dica é fazer um tour gastronômico por cinco restaurantes dos mesmos donos, na rua Thames, que revitalizaram a região.
O destaque é para o instagramável e imersivo Niño Gordo, que mistura gastronomia japonesa com a parilla argentina e tem um balcão praticamente dentro da cozinha. Mas a comida é muito boa em todos eles: do já tradicional La Carnicería, inaugurado em 2014 para os carnívoros de plantão, ao menos heteronormativo Alto Chori Papá, especializado no tradicional choripan (recomendo o Cerdo Ahumado), passando pelo bar de tapas Paquito, que tem uma adega sob o chão de vidro, e pela taqueria Juan Pedro Caballero, que foi dada durante a pandemia a um chef que esteve com os empresários por muito tempo.
Descobri também que, assim como em todo mundo, pizza é um prato favorito (e típico) dos portenhos. E a Pizzeria Güerrin, na Av. Corrientes, tem uma inspiração italiana super descolada para quem pula o ambiente da frente e segue por um corredor escondido até o salão nos fundos. Minha dica é a pizza sabor fugazzetta.
Cafés e bares notáveis
Outra novidade fresquíssima na Av. Corrientes é o rooftop Olympo Sky Bar, inaugurado há menos de dois meses no 31º andar de um edifício comercial. Aberto a partir das 18h30, permite começar a noite com um pôr do sol incrível e continuar com bons drinks (bons mesmo) na parte interna ou no corredor externo, cercado por vidro e com uma vista realmente 360º de Buenos Aires, incluindo pontos de interesse como o Obelisco, o Teatro Colón, o Palácio Barolo e um mural artístico com rosto da Evita.
Durante o dia, o bairro San Telmo reserva diferentes experiências em cafés. O Atis Café é o sucesso do momento e não é para menos. O pátio interno, com escadas e varandas em diferentes alturas, é cercado por plantas e paredes com trepadeiras em toda sua extensão. Durante a semana, sem fila, vale passar nem que seja para tirar fotos no local. Ali perto, o Pride Café foi o primeiro estabelecimento LGBTQIA+ da cidade a abrir de dia, é um tradicional ponto de encontro da comunidade e começou a oferecer festas Tea Dance aos domingos, no piso superior. Lá, foi fundada a Câmara LGBT da Argentina, responsável pelo sucesso em colocar o país no mapa gay mundial.
Há alguns bares e cafés em Buenos Aires chamados de "Notables" (notáveis) por sua importância histórica e cultural, além de terem sido frequentados por personalidades que ganharam estátuas em alguns deles. A lista é grande e conheci só alguns. Apesar de diferentes entre si, todos abrem um portal no tempo ao entrar. Alguns destaques são o La Biela, na Recoleta; o El Federal, em San Telmo; o tradicional Café Tortoni e seu vizinho London City, ambos na Av. de Mayo. Mesmo não sendo um "notável", o Pertutti oferece mesas ao ar livre em uma esquina da Plaza de Mayo, ótimas para dar "close".
Pulando do café para o mate, a Mathienzo produz uma versão premium de yerba mate, a tradicional erva usada para preparar o chimarrão argentino, e disponibiliza uma experiência muito legal para conhecer a história da tradicional bebida, além de aprender a prepará-la. As reservas podem ser feitas pelo site da empresa ou pelo Airbnb.
Buenos Aires LGBTQIA+
E, como prometido, também trouxe para vocês as melhores dicas, de segunda a segunda, da cena queer portenha hoje.
Entre os bares, às quartas rola a festa Jolie no Feliza e, aos domingos, tem show de drags no Peuteo, festa Tea Dance no andar superior do Pride Café e uma noite de bar-balada no Work.
Para dançar, as dicas são a Loka by Km Zero (segundas e terças), a eletrônica Club 69 (quintas e sábados) e a festa pop Ma.Cho (sextas). Aos sábados, além do Club 69, também fervem Glam, Puerca e Rheo. A gigante Amerika, que já foi a maior balada da América do Sul, já não é mais recomendada, por relatos de roubos e furtos. O @buenosairesgay traz informações atualizadas sobre festas. O cruising aos fins de semana rola no Boys Bar.
Para mais informações, visite o site oficial do turismo LGBT de Buenos Aires.
O colunista viajou a convite de Visit Buenos Aires e Flybondi.
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