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Além da Copa: Argentina ergue a taça LGBTQIA+ da terra de Messi à Patagônia
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Neste domingo (18), a Argentina se consagrou tricampeã da Copa do Mundo no homofóbico Qatar em um jogo disputadíssimo com a França e trouxe de volta a taça para a América do Sul depois de anos no continente europeu.
E, apesar das diferenças dentro de campo — muito mais alimentada por pessoas do Brasil, vale dizer — o país marca um golaço no respeito às diferenças fora dele. A comunidade LGBTQIA+ é celebrada pelos nossos hermanos.
Em 2010, a Argentina foi o primeiro país da América do Sul a tornar legal o casamento homoafetivo. Em 2011, foi a vez de Rosário, a cidade onde nasceu o capitão da seleção argentina Lionel Messi, permitir o casamento entre turistas estrangeiros do mesmo sexo, ação que Buenos Aires também incorporou no ano seguinte.
Em 2016, o país lançou o lema "Amor." (amor e ponto) como sua principal campanha turística e que tinha como base o turismo LGBTQIA+.
Dois anos depois, em uma entrevista exclusiva ao Viaja Bi!, o então Ministro do Turismo Gustavo Santos declarou que essa "é a Argentina que queremos mostrar ao mundo, uma Argentina que valoriza que o mais importante nas pessoas, em definitivo, é sua capacidade de amar".
Estes incentivos e avanços estimularam viajantes LGBTQIA+ a visitar o país, e também são resultado do intenso trabalho realizado pela Câmara LGBT da Argentina que, com o apoio do órgão nacional de turismo, vem capacitando e promovendo diversos destinos argentinos para receber turistas queer.
Buenos Aires, um dos principais destinos LGBTQIA+ do mundo
Buenos Aires, claro, está na frente da fila. Primeiro destino internacional de uma grande quantidade de viajantes LGBTQIA+ do Brasil, a cidade portenha tem seus encantos e esforços para a comunidade e tem se renovado constantemente. Tem a maior Marcha del Orgullo do país e uma noite bastante agitada.
Mas não é só na capital que nós, como turistas, podemos andar com tranquilidade de mãos dadas e sentirmos acolhimento por sermos quem somos.
Rosário, a cidade do Messi
Quando pensamos em destinos friendly na Argentina, não tem como não mencionar Rosário, cidade natal de nomes icônicos (gostando ou não deles), como Lionel Messi e Che Guevara.
Além da faixa de pedestre com as cores do arco-íris ao lado do Monumento à Bandeira — local onde foi criada a bandeira argentina — a cidade tem, em seu espaço público, uma homenagem à comunidade LGBTQIA+ no Paseo de la Diversidad, com um monumento em forma de pirâmide coberta com cacos de espelho em um piso com as cores do arco-íris, inaugurado em 2006, na orla do delta do Rio Paraná.
A balada La Casa de Cristal, que eu conheci quando estive lá fechou, mas você pode passar pela Casa LGBTI de Rosário, a primeira casa cultural e de apoio social da causa LGBTQIA+ no país, para mais informações. Além dos workshops e atividades culturais por lá, ainda podem te dar as dicas mais atualizadas para curtir a cidade.
Mendoza tem festival de vinho LGBTQIA+
Reconhecida internacionalmente por quem curte enoturismo, ou seja, viagem para apreciar bons vinhos, a cidade de Mendoza é super romântica e ideal para uma viagem de casal. A principal celebração do ano por lá é a Festa da Vendímia, um festival que acontece todo ano, na primeira semana de março para celebrar a temporada de colheita de uvas e o trabalho de viticultores da província, que tem cerca de 70% dos vinhedos argentinos.
Uma semana depois, acontece a Vendimia Gay que, como o nome diz, é a versão LGBTQIA+ da celebração que, em 2013, foi declarada como interesse turístico e cultural do Governo da Província de Mendoza.
A Vendimia Gay participa também do Via Blanca de las Reinas, um desfile oficial importante que passa em frente a uma arquibancada com autoridades políticas como o governador, representando o evento. Em um ano, o Rei e a Rainha da Vendimia Gay desfilaram em um carro conversível dos anos 1960 e, em outro, com um boy magia seminu montado em um cavalo branco fake de quatro metros de altura, cheio de luzes, globos espelhados, muita cor e gladiadores seminus. E tudo isso ao som de Vogue!
El Calafate, o destino perfeito para aventura
Viajantes LGBTQIA+ que amam aventura e viagem outdoor (presente!) devem incluir El Calafate, principal destino da Patagônia Argentina, em seu roteiro pelo país. É bom se preparar para encarar o frio, mas a viagem compensa e muito. Apesar de não ter atrativos específicos para a comunidade, toda a cidade e a estrutura turística é bastante receptiva.
Depois de um passeio pelo Lago Argentino, uma caminhada pelo centrinho da cidade — que é uma fofura e tem, basicamente, uma rua — e o tour pelo gigantesco glaciar Perito Moreno, há outros destinos mais ao sul, como El Chatén e Ushuaia, para quem quer continuar a explorar a Patagônia Argentina.
Bariloche, o point brasileiro do inverno
Ainda na Patagônia Argentina, mas mais ao norte, fica Bariloche, um destino já muito conhecido por viajantes do Brasil durante o inverno. É onde muita gente vê a neve e esquia pela primeira vez. Mas a dica que fica fora dos guias é conhecer Bariloche em pleno verão. A vista do teleférico do Cerro Campanario, do restaurante da Cervejaria Patagônia ou das trilhas para o lago Nahuel Huapi fica ainda mais impressionante, parecendo que saiu de uma pintura ou do fundo de tela do computador.
As trilhas, vale lembrar, são possíveis e agradáveis no verão, também a melhor época para fazer um passeio de barco pelo lago. O destino mistura viagem outdoor e de aventura com viagem romântica, a dois.
Além destes mencionados, outros destinos argentinos vêm se abrindo cada vez mais para viajantes LGBTQIA+, como Salta e Jujuy, no norte do país, ou Córdoba, mais próximo de Buenos Aires.
Como a campanha já diz, Argentina é amor e ponto final!
Confira um roteiro de 13 dias na Argentina.
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