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Estônia com casamento LGBTQIA+ em 2024: o que visitar na capital, Tallinn
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Há duas semanas, em 20 de junho, a Estônia aprovou a legalização do casamento homoafetivo e fez história. É o primeiro país entre os bálticos — que inclui também Lituânia e Letônia — e entre os ex-soviéticos a tornar mais igualitário o casamento. A lei entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2024.
A primeira-ministra Kaja Kalla, de centro-direita, tem sofrido pressão dos conservadores que a apoiam e, ao se pronunciar sobre a aprovação em suas redes buscou igualar a Estônia a outros países nórdicos, conhecidos por seu avanço no tema. Este movimento vem no mesmo momento em que a Estônia também se aproxima da Europa Ocidental em apoio à Ucrânia contra a Rússia. E, curiosamente, o anúncio aconteceu três dias antes da celebração do "Dia da Vitória", que ocorreu em 1919, quando estonianos se tornaram independentes do regime soviético — que deu origem à Rússia.
Em maio, visitei Tallinn (ou Talín), capital estoniana, durante o mochilão que fiz com minha mãe sem ter todo esse contexto. A cidade é encantadora! Se eu já recomendaria antes, agora ainda mais.
O que fazer em Tallinn, a capital da Estônia
Tallinn é a capital mais antiga da Europa Setentrional, o centro financeiro e a maior cidade da Estônia, com cerca de um terço de sua população. Tallinn também é a cidade medieval mais bem preservada do mundo e o centro antigo é considerado Patrimônio Mundial da Unesco.
O ônibus número 15 sai do aeroporto e passa próximo do centro. Para quem não tiver dinheiro vivo — euro — é possível passar na catraca com cartão de pagamento internacional, por aproximação.
A cidade antiga oferece diversos atrativos. A torre de artilharia Kiek in de Kök é, talvez, o ponto turístico mais visitado e é parte das muralhas da cidade. Além da torre, é possível caminhar pelos corredores dos bastiões subterrâneos, que foram usados, ao longo dos anos, por punks anarquistas, pessoas em situação de rua e, claro, como refúgio durante a ameaça nuclear durante a Guerra Fria.
Bem ao lado, ficam os Jardins do Rei Dinamarquês, que tem a foto que me convenceu a incluir Tallinn no roteiro, e ali pertinho, recomendo experimentar a cerveja com mel no terraço do "cavernoso" restaurante White Monk.
A cidade também é famosa por suas carnes de caça, de animais pouco convencionais. No Olde Hansa, é servida carne de urso! O restaurante tem decoração medieval, com garçons e garçonetes usando trajes típicos da época e utensílios de mesa bastante diferentes (e lindos). Mas a Idade Média dos dias atuais também oferece opções vegetarianas bem únicas, como um vegetal que vem pegando fogo.
Comer lá não sai barato, mas é uma experiência obrigatória. Na saída, passe na lojinha, que fica bem ao lado, para comprar os utensílios diferentões e até sabonetes feitos à mão. Se você tiver o Tallinn Card, além do desconto no restaurante, você ainda ganha um "presentinho" doce na lojinha.
O cartão turístico Tallinn Card é uma baita dica e dá direito a transporte público, acesso grátis a cerca de 50 museus e atrações, descontos em tours, atividades, lojas e restaurantes, além de brindes em alguns locais. É possível comprar para 24h, 48h ou 72h.
Dois dos cafés que eu recomendo visitar têm este desconto ou presentinho: a chocolateria Pierre fica numa viela sem alarde, mas parece que você "aparatou" num café francês, com mesinhas na rua; já o café e chocolateria Kehrwieder fica na praça da prefeitura, a principal da cidade, e é um ótimo local para sentar em um dia de sol para apreciar o movimento.
Ali também fica a Raeapteek, a farmácia mais antiga da Europa, que opera no mesmo local há mais de 600 anos! Dá para comprar remédios atuais, mas o legal é visitar o pequeno museu que mostra remédios da antiguidade, como sangue de morcego, sapos ressecados ou (pasmem!) marzipan.
O doce já foi usado como remédio no passado, mas até hoje é parte da cultura de Tallinn. No Café Maiasmokk, é possível conhecer um pouco de sua história e ver uma senhorinha pintando alguns marzipans ao vivo.
Voltando às torres integradas à muralha da cidade, as duas que ficam no Viru Gate (portão Viru) dividem um popular mercado de flores da Viru, a principal rua de compras turística de Tallinn. Já outra é popularmente conhecida como Fat Margaret, por ser mais larga, e abriga o Museu Marítimo Estoniano.
Perto dali, minha dica é pagar os 5 euros (ou grátis com o Tallinn Card) para subir na plataforma de observação da Igreja de São Olavo. Mas prepare o fôlego porque são 258 degraus irregulares até chegar lá. Minha mãe está me xingando até hoje! Mas vale a pena a vista lá de cima, recomendo.
Se tiver tempo, dê uma passada pelo Museu da Cidade de Tallinn (Tallinna Linnaelumuuseum) e pelo monumento da Coluna da Vitória da Guerra da Independência, que marca as celebrações sobre as quais comentei há pouco, de quando a Estônia ficou livre do regime soviético.
Para se hospedar, fuja do hotel Three Crowns Residents. Fica bem pertinho da praça principal mas a hospitalidade e infraestrutura também são metaforicamente medievais. Eu ia ficar duas noites por lá, mas desistimos e reservamos o hotel Citybox Tallinn para a segunda noite por quase o mesmo valor e qualidade sem comparação. Além de moderno e novinho, tem um excelente atendimento e fica entre o centro velho e o porto. E é do porto que, no último dia, sairia nosso ferry — que parecia um cruzeiro de tão grande — para Helsinki, na Finlândia.
Ficamos três dias em Tallinn e ainda teríamos outras coisas para visitar, como o Museu de Marionetes e a plataforma de observação do Museu Niguliste, que fica em um prédio de uma antiga igreja. Como muita coisa só abre das 10h às 17h, vale a pena reservar mais um ou dois dias para aproveitar a cidade com calma.
Eu quero voltar para Tallinn e, agora que é possível, quem sabe me casar por lá! :)
Veja nossa visita completa a Tallinn nos stories em destaque no @viajabi.
*O colunista recebeu um cartão Tallinn Card, oferecido pelo órgão de promoção turística, para explorar a cidade. Todas as opiniões expressas aqui são independentes e refletem a real experiência como turista.
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