Nem onda conservadora consegue barrar: a Orlando LGBTQIA+ é uma festa!
Orlando é o destino internacional de boa parte de quem sai do Brasil pela primeira vez. A magia da Disney e as aventuras da Universal são parada obrigatória e valem (muito) a experiência. Mas, para as mentes mais curiosas, fica o questionamento: "Tá, e o que mais?".
Uma ótima oportunidade para descobrir são as celebrações do Orgulho LGBTQIA+. Todo mês de outubro (coloque já na agenda para 2024!) turistas tomam as ruas de Downtown, ao redor do lago Eola, para celebrar a diversidade em um estado bastante conservador.
A Flórida, mesmo reunindo alguns dos destinos mais "friendly" dos EUA, como Key West, Fort Lauderdale, Miami e Orlando, vive uma onda conservadora que tem fechado o cerco até contra shows de drag queens.
Em contrapartida, órgãos de promoção turística têm divulgado seus destinos como amigáveis. E Orlando tem surpreendido.
A balada Pulse, que sofreu um ataque homofóbico com 49 vítimas em 2016, é hoje um memorial interino que garante uma emocionante visita. Por conta deste ataque, em junho, que a Pride em Orlando é, hoje, celebrada em outubro.
Há um projeto para que, até 2026, sejam inaugurados: um museu, que manterá o prédio original da Pulse em seu interior; uma "caminhada dos sobreviventes", que remontará os passos dos que foram carregados a pé a um hospital próximo; e um memorial imponente, que estimulará o raciocínio sobre a tragédia e o preconceito.
Enquanto isso, bairros menos conhecidos de Orlando despontam com promessas turísticas.
Lake Nona
Um dos bairros mais novos tem planejamento de longo prazo e um único dono. Sua estrela é o Lake Nona Wave Hotel, um hotel bastante tecnológico, instagramável e artístico. Conta com obras de arte em seus jardins e no lobby, um lounge bar com ótimos drinks e o Bacán, restaurante recomendado pelo Guia Michelin que tem um menu bastante criativo.
Os quartos do Wave tem cortinas e iluminação controladas por tablet ou aplicativo de celular e vaso sanitário futurista, que lava e seca as partes íntimas com um toque de botão.
Para quem não quer se deslocar ao centro (de carro, claro), a uma pequena caminhada fica o Lake Nona Performance Center, uma academia gigantesca com equipamentos e aulas tradicionais, aula de bike às escuras e paredes de escalada indoor. Hóspedes têm acesso gratuito ao espaço.
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Quero receberPara almoçar, o Canvas Restaurant & Market tem comida saborosa e vista para o lago, com ótimo atendimento. Lá, é preciso ir de carro.
À noite, dez minutos a pé te levam a uma área de restaurantes e bares. A dica é o Chroma Modern Bar + Kitchen. Logo em frente fica o Boxi Park, uma área de food trucks, com comida, bebidas e uma animada banda ao vivo.
Winter Park
O distrito de Winter Park foi fundado em 1881 por pessoas ricas do nordeste dos EUA, que iam para lá durante o inverno — daí seu nome — buscando temperaturas mais amenas.
Lá também fica o Rollins College, que começou com 60 estudantes pagando 100 dólares por ano e, hoje, tem mais de dois mil estudantes pagando cerca de 72 mil dólares por ano. É o preço (estadunidense) de ser uma das melhores instituições de ensino do país.
Ali perto, o hotel Alfond Inn é parte da instituição. O casal Alfond doou 2,5 milhões de dólares para a escola construir o hotel para os pais dos alunos. A renda do hotel é revertida em bolsas de estudo na escola.
Para turistas, mesmo quem não se hospeda em um dos 183 quartos rodeados de obras de arte, pode almoçar no restaurante Hamilton's Kitchen — boa comida e ótimo atendimento — ou visitar o recém-inaugurado spa.
A região ainda abriga o Charles Hosmer Morse Museum of American Art — ou, Morse Museum. Ele abriga a maior coleção de obras de Louis Tiffany, cuja família tem a famosa joalheria, além de outros artistas dos EUA.
O Scenic Boat Tour, na região de Lake Osceola, tem um passeio de uma hora por lagos e canais de uma das comunidades mais ricas e antigas da Flórida. Além do bom humor do capitão, chamam a atenção as histórias curiosas.
Uma das casas, por exemplo, foi serrada ao meio e levada, boiando pelo lago, até a outra margem, onde está até hoje. Ali vivem celebridades e o capitão segura a fofoca e não cita nomes. Este é o segundo tour de barco mais antigo da Flórida, funcionando desde 1938.
Entre Winter Park e Downtown, fica a Mills 50, o cruzamento das avenidas Mills e 50. No passado, foi uma área degradada, com drogas, álcool e sexo. Era onde a comunidade gay "se escondia" quando não era bem vista. Hoje, é uma área comercial, limpa, com residências em volta.
Downtown
Durante a "Come Out With Pride", a Parada LGBTQIA+ de Orlando, a área de Downtown fica tomada de bandeiras do orgulho. O Hamburger Mary's Bar & Grille tem drag brunch aos domingos e outros eventos durante a semana. Até performances estilo Broadway rolam por lá, com muito humor. Fica perto do AC Hotel, da Marriott, uma opção muito bem localizada.
À noite, além da festa oficial da Pride — que lembra festas de circuito como a finada The Week, de São Paulo — há opções mais democráticas e a melhor delas é o clube Southern Nights, que tem cinco ambientes e vai até às duas da manhã — fora do Brasil, a noite acaba cedo mesmo.
Na Pride, ao redor do Lake Eola, há shows, apresentações, barracas de artesanato e lojas de marcas da comunidade. A marcha, bem divertida e animada, pode ser acompanhada dali também.
E os parques?
Pois é, os parques ainda tem novidades. No Tomorrowland, da Disney, foi inaugurada a montanha-russa "de moto" baseada na saga Tron. No Epcot, faz sucesso a Cosmic Rewind, dos Guardiões das Galáxias, uma das montanhas-russas mais legais que você vai experimentar; e acabou de ser aberta ao público caminhada interativa Jornada da Água, inspirada na Moana e inaugurada em outubro.
Na Universal Studios, a nova área Minion Land, tem uma nova atração que simula uma convenção de vilões, a Villain Con Minion Blast, que vai divertir as crianças.
No Universal Island of Adventures, ficam duas novas montanhas-russas imperdíveis: a das criaturas mágicas do Hagrid, de Harry Potter, é uma aventura muito rápida na moto do personagem, com muitas surpresas; e a Velocicoaster, da área do Jurassic World, uma corrida — também muito rápida — com os raptors dos filmes.
Uma camiseta usada na Pride resume: "Orlando é onde dragões, montanhas-russas e bandeiras do orgulho voam". Dá para discordar?
*O colunista viajou a convite do Visit Orlando, órgão de promoção turística do destino. Todas as opiniões expressas aqui são independentes e refletem a real experiência como turista.
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