Ela está entre nós: por que a Bourbon County ainda emociona os cervejeiros

Você, cervejeiro, sabe o que é a Bourbon County? Nunca viu, nem ouviu e só ouve falar? Justo. Apesar de ser celebrada entre quem está nesse universo há mais tempo — inclusive aqui neste Siga o Copo —, ela é, para muitos, um desejo ou aquele amor de inverno (já explico) que surge uma vez por ano.

Sim, ela é rara, cara e consegue há anos justificar seu hype pelo mundo.

Relacionadas

Eisbock: conheça o estilo de cerveja mais 'invernal' do mundo

Cervejas com sabores que só o Brasil tem: qual será o nosso terroir?

Guardar cerveja? Sim! Conheça uma das experiências mais legais com a bebida

Criada em 1992 por Greg Hall, filho do fundador da Goose Island (que, desde 2011, pertence à Ambev), a Bourbon é uma Imperial Stout envelhecida em barris de whiskey. O resultado é uma belezinha densa, bem alcoólica (por isso uma cerveja para o inverno, para aquecer), super aromática e complexa. E isso tudo só chega ao sedento público uma vez por ano... e chegou a nossa vez, Brasil.

Na próxima sexta (7), começa o pré-lançamento e a venda limitada a R$ 180. Para ter acesso as vendas, é necessário se cadastrar no recém lançado programa de fidelidade da marca, o Goose Crew.

O que ela tem de especial?

O sabor

Para começar, é uma tremenda Imperial Stout. Com 14,4% de teor alcoólico e 60 IBU, a safra de 2021 passou pelo processo de envelhecimento em barris de bourbon de três destilarias (Heaven Hill, Wild Turkey e Buffalo Trace). Com isso, ela traz sabores de chocolate e baunilha, carvalho, whisky e melaço, seguidos de caramelo, frutas vermelhas e amêndoas.

Além disso, ela faz parte da história da cerveja artesanal e estabeleceu patamares para o estilo. Ou seja, se você é um nerd da cerveja, não existe a possibilidade de não provar a Bourbon uma vez na vida. Falta grana? Economize por um ano ou divida uma garrafa entre amigos. Fica a santa dica.

A produção

Para os beer geeks, mais fatos curiosos: a Bourbon County precisa de uma série de meses para concluir a produção. Isso significa que cada safra contém cervejas que variam de 8 a 15 meses de idade.

Ao longo deste período, a cerveja passa por variações substanciais de temperatura entre os verões quentes de Chicago e os invernos gelados.

A história

Para aqueles que ainda torcem seus narizinhos pelo fato de ser hoje uma produção de uma grande corporação e tal e coisa, saibam que a Bourbon não nasceu gigante e representa o que é tão caro aos cervejeiros, da panela aos enormes taques de inox: persistência.

Feita pela primeira vez em homenagem à milésima brassagem da Goose, a cerveja disputou três anos depois o Great American Beer Festival e foi... desclassificada! Por que? A bonita simplesmente não se encaixava em nenhuma das diretrizes dos estilos propostos na época. Mas fez tanto sucesso que ganhou uma menção honrosa.

Foi somente em 2004 que a Bourbon começou a ser engarrafada e vendida em Chicago. Cinco anos depois, ela ganhou sua primeira variante. Em 2010, já eram três entre os acréscimos de café (que a gente sabe como funciona bem), baunilha e até uma edição envelhecida em por dois anos em Pappy Van Winkle 23 anos.

Estas não chegam ao Brasil, mas esta coluna já teve uma ideia do auê que faz na "hometown" Chicago — que, aliás, ganhou uma Bourbon especial para chamar de sua, em 2013. Para ter uma ideia do que a cerveja se tornou, dê uma olhadinha no site gringo.

O apelo emotivo

Não tem como negar: ela tem alguma coisa que abala esse coração aqui.

COMO ESTAMOS BLOGUEIRANDO? Críticas, elogios, sugestões, desabafos? Aceitamos em Instagram e Untappd.