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Kir Royal é drinque histórico francês e promete ser sensação em 2023

Kir Royal promete ser um dos drinques mais buscados de 2023 - Getty Images/iStockphoto
Kir Royal promete ser um dos drinques mais buscados de 2023
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Colunista e editora de Nossa

06/01/2023 04h00

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Para o jovem público que acompanhou a terceira temporada de "Emily em Paris", o drinque celebrado por Luc e "modernizado" pela protagonista pode não dizer muito ("Chamère" soa até como uma piadinha bem da sem graça). Para os bebedores mais experientes, sejam franceses ou não, no entanto, é uma verdadeira "pièce de résistance".

Como explica Spencer Jr, do Guilhotina (São Paulo), o Kir Royal é "refrescante, leve e frutado" e sua receita é simples e prática: creme de cassis e vinho espumante, finalizado com uma cereja na taça flute — a versão com vinho branco é conhecida como Kir.

A região da Borgonha, tão cara aos apaixonados por vinho, também é a terra-natal dessa combinação.

Luc (Bruno Gouery) celebra o Kir Royal na terceira temporada de "Emily em Paris" - MARIE ETCHEGOYEN/NETFLIX - MARIE ETCHEGOYEN/NETFLIX
Luc (Bruno Gouery) celebra o Kir Royal na terceira temporada de "Emily em Paris"
Imagem: MARIE ETCHEGOYEN/NETFLIX

Politicagem saborosa

Tudo começou em 1904 em um bar que existe até hoje na cidade de Dijon (sim, a da mostarda. Terra boa). E teve até uma apropriação política da combinação.

Segundo o autor Simon Difford e o jornal Le Monde, um garçom chamado Faivre teria tido a ideia de colocar o creme de cassis para melhorar um vinho branco comum no Café George (hoje Café Le Montchapet) e seu primeiro nome era "Cassis Blanc". Os atuais donos do bar-tabac, porém, afirmaram à "Radio France" que foi uma garçonete e sem querer!

Nessa época, o licor a base de groselha preta estava em alta e já era produzido industrialmente desde 1841.

O sucesso do tal "Cassis Blanc" era tamanho que o prefeito só servia o coquetel em suas recepções, o que virou sinônimo de bom gosto entre os locais - que fizeram o drinque "bombar" na cidade entre a primeira e segunda guerra e, nos anos 1950, no país inteiro.

Félix Kir em 1963 - MaxRst  - MaxRst
Félix Kir em 1963
Imagem: MaxRst

Eis que surge a figura de Félix Kir, deputado e prefeito de Dijon entre 1945 e 1968. Herói da resistência francesa contra a ocupação nazista, era ele também um fã confesso do coquetel. Graças a ele — um padre católico — a combinação foi registrada sob o nome Kir.

Mas e o Royal?

Para ser Kir (e só Kir), o creme de cassis (que recebeu Indicação Geográfica Protegida em 2013) deve ser necessariamente misturado a vinho branco — preferecialmente, o Bourgogne Aligoté (outro produto de origem controlada).

Já o drinque que combina o licor com qualquer espumantes é conhecido como Kir Royal, cuja receita você pode seguir pelo passo a passo abaixo, encontrado no livro "Ultimate Bartender Book 2018", do Mestre Derivan: