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'São Paulo tem futuro brilhante', diz francês mestre dos drinques em Miami

Foi-se o tempo em que Miami flutuava em nossos imaginários como um pastiche latino em território americano. A cidade cresce, aparece e tem atraído olhares - e goles - do mundo todo.

Nesse sentido, falo Miami, mas poderia trocar por "São Paulo" e tenho testemunhas:

São Paulo me lembra muito Miami, com um potencial enorme de virar referência na indústria. O futuro será brilhante, crava Jonathan Gabbay, diretor do The Champagne Bar do Four Seasons Hotel at The Surf Club, na cidade mais famosa da Flórida.

O otimismo não é à toa: o francês começou no mundo da gastronomia, em restaurantes com estrela Michelin na Europa, teve seu próprio bar em sua cidade-natal na região de Estrasburgo, mas foi do outro lado do Atlântico que encontrou abrigo e diversidade para uma coquetelaria vibrante.

Azucar: tequila, vermute seco e goiaba
Azucar: tequila, vermute seco e goiaba Imagem: Divulgação

"A diversidade de influências da cidade, particularmente da América do Sul, e a vibração lendária fazem de Miami um lugar cheio de sabores e surpresas. Talvez a nossa cena não seja tão conhecida como as de Nova York ou Cidade do México, mas há muita qualidade lá. Espero que não seja apenas conhecido como um lugar de festa", conta.

Esse amor pela cidade, amada por cubanos, brasileiros, porto-riquenhos e muitos outros povos latinos, é traduzido na carta de drinques do Champagne Bar - que, sim, oferece um extenso menu do espumante francês como o nome entrega.

Prestamos homenagem a Miami e a seus bairros, cada drinque trazendo uma referência à cultura, história e produtos de cada área específica. Isso aprofunda a experiência, permitindo que os clientes façam uma imersão pelo tapete de ricas influências de Miami, se orgulha.

Hoje conta com orgulho que não vive mais sem seu time multicultural, "cada um trazendo sua identidade em cada taça". Ele, por exemplo, não abre mão dos francesíssimos licores Chartreuse e Suze, mas tem como seu drinque "de confiança" o italianíssimo Negroni.

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Lemon City: gim, mezcal, vermute com flor de cerejeira, limão, capim-limão e água de côco
Lemon City: gim, mezcal, vermute com flor de cerejeira, limão, capim-limão e água de côco Imagem: Divulgação

"Larry, meu head bartender, incorpora orgulhosamente suas raízes dominicanas em coquetéis generosos, usando fermentação e produtos que você pode encontrar nos mercados locais", exemplifica.

Ponte-aérea

Não vai conseguir pegar um avião agora pra Miami - ou muitos outros pontos interessantes da coquetelaria pelo mundo? Dá pra baixar em alguns bons bares do Brasil - alguns que nem abriram e já estão funcionando como verdadeiras embaixadas.

Cada vez mais "internacionais", os bartenders brasileiros nunca tiveram tanta troca com colegas de todo o planeta, seja rodando mundo ou recebendo a gigantesca onda de visitas de grandes nomes da coquetelaria em terra brasilis.

Um dos maiores nomes dessa tal diplomacia etílica é Márcio Silva que, com seu Exímia prestes a abrir, recentemente chamou Gabbay para os balcões cheirando a novo.

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A troca é real e as referências não poderiam ser mais globais: entre as suas maiores inspirações, Jonathan cita Juliette Laroui, do Schmucks New York, Ashish Sharma, ex-Bar Trigona, Nico de Soto e também Marcio, seu anfitrião em São Paulo.

"Há tantos, mas além de suas reputações e técnicas, o que me inspira neles é a simplicidade e gentileza nessa indústria"

Qual é a boa? A que tu quiseres

Aos bebedores, Gabbay avisa: quer todos, do mais conhecedor da cena da coquetelaria, aos muitos hóspedes do hotel que muitas vezes não se aventuram tanto em autorais.

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"Nada é mais recompensador que mudar os hábitos dos nossos hóspedes, tirá-los de suas zonas de conforto e apresentar a eles novos sabores e técnicas. Às vezes não funciona, mas é parte da profissão. Adaptamos, pedimos desculpas e tentamos de novo. Não estamos aqui para impor nossos gostos. Afinal, trabalhamos com hospitalidade", afirma.

Se um cliente quer um Cosmopolitan, vamos fazer o melhor que ele já tomou. É sobre entender e oferecer as preferências de cada um, mas também guiá-los para explorar novas possibilidades.

Gabbay em Miami

Além da própria "casinha", Jonathan recomenda outros bons pontos para explorar a diversa cena da coquetelaria "miamian"

Café Latrova: "Vale muito a visita a esse lugar de clima cubano, excelentes Daiquiris e um time muito orgulhoso de sua herança cultural e origem".

Kaiju: "Um dos melhores menus que conheci na América do Norte. Derek Stilmann e sua turma fazem um trabalho incrível".

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Sexy Fish: "Para uma experiência mais chique, vá lá e conheça Kendall Hauer. Vale a visita e os drinques, alguns também existentes na carta de Londres, são impecáveis".

*Trilha sugerida para harmonização com essa coluna: "That's the Way (I Like It)", de KC and the Sunshine Band.

Quem quiser bater um papinho, sou a @sigaocopo no Instagram.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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