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Cozinha árabe tem fartura, carne e especiarias; aprenda pratos tradicionais

Colaboração para o UOL, em São Paulo

14/10/2016 16h20

"Culinária árabe" é um termo bastante abrangente. Ao usá-lo, estamos atrelando uma cultura a um sistema linguístico, falado em diferentes países do Oriente Médio e da África do Norte, como explica Cintia Gama, historiadora e professora de História da Gastronomia da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), em São Paulo. “E assim como a língua varia de acordo com a região e país, a cozinha também muda de um lugar para outro”, esclarece a professora.

Sem contar que no Brasil, quando usamos esse termo, geralmente estamos juntando numa mesma panela a cozinha árabe e a libanesa, com diferentes receitas tradicionais. A imigração dos povos árabes para o Brasil começou no fim do século 19 e se intensificou no início do século 20. Libaneses, sírios, palestinos, egípcios, marroquinos, jordanianos e iraquianos se estabeleceram aqui trazendo na bagagem sua gastronomia.

“Em termos de pratos, se pensarmos no Líbano, temos tabule, carneiro assado e falafel. Já no Marrocos, o básico é o cuscuz. Seguindo para o Egito o temos o ful (tipo de fava) e o Koshari (à base de grão-de-bico, lentilhas e cebolas fritas) como destaque”, cita a historiadora.

Para fazer um banquete árabe, é preciso antes de tudo entender que nessa cozinha não há o conceito de entrada e prato principal servidos separadamente. Tudo é colocado fartamente à mesa ao mesmo tempo, reservando somente a sobremesa para o final. No mundo árabe, servir comida em abundância remete à generosidade do anfitrião. Em contrapartida, os convidados devem comer muito para demonstrar satisfação e gratidão pela hospitalidade.

Com tudo isso em mente, é hora de por mão na massa. Confira algumas receitas tradicionais logo abaixo, e prepare um banquete suntuoso para receber os amigos em casa.

  • Leonardo Soares/UOL

    Quibe

    Originalmente feito com carne de cordeiro, o quibe é talvez um dos pratos mais icônicos da culinária árabe ao lado da esfiha. É preparado nas versões frito e cru, mas à mesa do banquete aparece também assado em travessas recheado com coalhada seca. Leia mais

  • Divulgação

    Mezze

    Não é um prato, mas sim uma série de antepastos para ser petiscado com as mãos. Típico do Líbano, é muito comum em bares e restaurantes para acompanhar as bebidas alcoólicas como tira-gosto ou ainda como uma entrada para a refeição. Em banquetes, eles estarão à mesa junto com os pratos. Entre as pastas temos o homus (com grão-de-bico, azeite, suco de limão, sal e alho), a muhammara (com pimentão vermelho) e o babaganoush (com berinjela) Leia mais

  • Reinaldo Canato/UOL

    Saladas

    Presença obrigatória em mesas árabes, o tabule é uma salada à base de farelo de trigo com tomate, pepino e cebola bem picadinhos. O frescor do prato se deve à adição de hortelã. Outra salada clássica é a Fatouche, feita com pão sírio, alface, pepinos, tomates e molho de romã. Leia mais

  • Divulgação

    Charutinhos

    Um clássico da cultura árabe bastante conhecido dos brasileiros é o charutinho - um enroladinho de folha de uva recheado com uma mistura de arroz e carne moída bem temperado com especiarias. Os rolinhos são cozidos em caldo temperado com costela bovina. A versão com folhas de repolho atende também por "malfuf mahshi". Leia mais

  • Divulgação

    Falafel

    Bolinhos à base de grão-de-bico geralmente temperados com alho, cebola, salsa, coentro e especiarias como cominho. É possível encontrar variações da receita por todo o Oriente Médio, servida com salada e molho à base de tahine (pasta de gergelim) ou ainda embrulhada em pão em uma espécie de sanduíche. Leia mais

  • Antonio Rodrigues/Divulgação

    Arroz

    O arroz não pode faltar num banquete árabe. Mas não se engane achando que será um simples arroz branco. Na culinária do oriente o arroz aparece sempre rico como a Mjadra. O nome é uma variação da palavra árabe Mujaddara, que significa esburacado, uma alusão às lentilhas (que parecem buraquinhos) que são misturadas aos grãos. Para coroar, junta-se cebola cortada fina e bem dourada. O arroz com aletria, aquele macarrão fininho conhecido por cabelo de anjo, também faz parte do cardápio. Há ainda o riquíssimo Ouzi, um arroz temperado com carne de cordeiro e snoubar (pignoli). Leia mais

  • Divulgação

    Coalhada (Labneh)

    Presente na maioria das refeições, a coalhada está no preparo de muitos pratos e de diferentes maneiras: doce ou salgada, líquida ou cremosa, fresca, seca ou cozida. Essencial para essa cultura, ela é a base, por exemplo, do Shishbarak, uma sopa de massa cozida na coalhada fresca. Também compõe o Laban maa Khiar, molho de pepino com coalhada. Na versão seca, também serve de recheio para o quibe saynieh, preparado na bandeja com pepino e hortelã. Leia mais

  • Studio Oz/Divulgação

    Espetinhos

    Alguns preparos de carne grelhada da cozinha árabe sãos servidos em espetos para se comer com as mãos. Muito famosa no Brasil, a Kafta tem como base carne moída temperada e moldada em torno do espetinho para então ser assada. Menos famoso, há o michui, em que cubos de carne são espetados alternando com legumes (cebola, tomate e pimentão). Leia mais

  • Divulgação

    Malabie

    Para encerrar o banquete, uma clássica sobremesa da culinária libanesa pode compor a mesa. O malabie lembra um manjar-branco, mas leva água de flor de laranjeira e uma generosa calda de damasco. Leia mais