"Sou uma sobrevivente", diz Nigella Lawson ao ganhar prêmio na Inglaterra

A inglesa Nigella Lawson recebeu no último final de semana o prêmio de Personalidade do Ano, em concurso promovido pelo caderno gastronômico "Observer Food Monthly", um dos mais respeitados da Grã-Bretanha. Após um ano de escândalos - seu divórcio do magnata inglês Charles Saatchi foi cercado de acusações de uso de drogas e de golpes da parte de ex-funcionárias - ela declarou ser "uma sobrevivente".

"Acredito que cozinhar é uma maneira de se fortalecer. Não ser capaz de se alimentar é uma forma de ser vítima e eu não sou uma vítima, mas sim uma sobrevivente. Todo mundo deveria ser, ou então se tornar, um sobrevivente", disse a autora em entrevista ao jornal "Observer". "Na vida, você precisa se concentrar no presente, ao invés de remoer o passado ou se preocupar com o futuro. Mais fácil falar do que fazer, eu sei, mas cozinhar te ensina isso". 

Ao falar sobre como ela prepara seus pratos, a chef e apresentadora de televisão explicou que, ao contrário do que pode parecer, ela não é a pessoa mais habilidosa do mundo na cozinha. "Não sei picar vegetais com virtuosismo, derrubo e derramo tudo. No geral, quando cozinho em casa, eu não tenho uma estratégia ou uma receita. Vou pegando o que quero ou o que tenho em casa", diz. "Para mim, a bagunça é bela. Não suporto pratos arrumadinhos".

Barrada na audição
Nigella surgiu no cenário britânico com o livro "How to Eat", em 1998, e estreou na televisão com a série "Nigella Bites" (1999). Ao todo, ela já vendeu mais de três milhões de livros ao redor do mundo. No Brasil, seus programas são exibidos pelo canal a cabo GNT.

Atualmente apresentando nos Estados Unidos o programa "The Taste" ao lado do chef norte-americano Anthony Bourdain, ela garante que não sobreviveria um minuto em competições de culinária televisionadas, como a série "The Great British Bake-off" (exibido no Brasil pelo canal a cabo BBC HD), em que confeiteiros amadores disputam prêmios em dinheiro preparando bolos e doces elaborados.

"Acho que não conseguiria nem passar da fase de testes", conta. "Eu amo fazer bolos, mas as palavras 'tamanho e formato uniformes' me fazem tremer. Não sou nem um pouquinho insegura, mas perfeição está bem longe do que consigo fazer. Porém, estou bem tranquila em relação a isso - e com o estado pavoroso das minhas criações".