Contra lei que proíbe sal na mesa, bar no ES pendura saleiros no teto
No Espírito Santo, colocar sal na mesa agora rende multa. Em vigor desde a semana passada, a lei estadual proíbe que saleiros e sachês de sal estejam disponíveis sobre as mesas e balcões de bares e restaurantes. Quem desobedecer será autuado e irá pagar R$ 1.343,55.
Em protesto contra a medida, o dono de um bar da capital Vitória não se fez de rogado: no Ilha do Caranguejo, os saleiros foram pendurados no teto. "A lei é bem específica: não pode sal no balcão nem na mesa. Ninguém pode reclamar se o saleiro está preso acima da mesa", diz Gugu Barbalioni, dono do bar.
Além dos "saleiros voadores", a casa fez um varal com sachês de sal e "colares" com o tempero, utilizados por um dos garçons. Pela lei, sancionada pelo governador Paulo Hartung (PMDB-ES), os clientes podem pedir para que os atendentes tragam o tempero para a mesa, se desejado.
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"A grande maioria das pessoas sabe que sal em excesso faz mal. Mas o excesso de qualquer coisa faz mal, seja açúcar, sal ou trabalho demais", diz Barbalioni, que também pregou cartazes com slogans contra a medida no bar. "Acho que é uma lei estúpida, uma intromissão do Estado no direito de consumo das pessoas".
O argumento a favor da lei é que o uso de sal no Brasil se tornou uma questão de saúde pública para a prevenção de doenças crônicas ligadas à alimentação. De acordo com números da Organização Mundial de Saúde, é ideal consumir no máximo cinco gramas de sal por dia, mas pesquisas do governo apontam que os brasileiros consomem em média 12 gramas diários.
Outros projetos
A discussão sobre proibir ou não o sal de cozinha nas mesas não é nova: um projeto parecido foi proposto no Espírito Santo em 2012. Em Pernambuco, uma lei semelhante foi proposta em 2014, com multa ainda mais salgada: até quatro mil reais para quem colocasse saleiros ou sachês à disposição dos clientes. O projeto, porém, foi arquivado.
Recentemente, outro ingrediente causou polêmica em São Paulo: o uso e venda de foie gras (fígado gordo de patos e gansos) foi proibido por lei, apesar dos protestos de chefs. No Recife, uma lei semelhante está em tramitação na Câmara dos Vereadores. Se aprovada, o produto não poderá ser vendido na capital pernambucana, sob pena de multa de cinco mil reais.
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