Aprenda a fazer o mexidão de legumes com toque oriental
"Uma das coisas de que mais gosto é ver a transformação do alimento. A cozinha não é só bela pelo prato final apresentado, todo o processo é bonito", explica Marcela Lopes de Oliveira, do @mar.eela.
A receita de mexidão de legumes meio oriental, apresentada ao Nossa Cozinha, é uma das belíssimas criações montadas, meticulosamente, pela recifense apaixonada por comida e suas possíveis minúcias.
"As pequenas invenções e coisinhas que posso acrescentar ou mudar em um prato é o que me deixa mais encantada com a cozinha".
Este registro abaixo, de um "instagramável" café da manhã, poderia ser apenas isso: uma foto feita na medida para conquistar cliques nas redes. Ali estão fotogênicos cogumelos e tomates-cereja dispostos sobre um lindo pão tostado. Está o colorido das louças e dos morangos frescos e a caneca caprichosamente disposta com café.
Porém, para Marcela, esta imagem vai muito além do que um post na rede social.
A mesa matinal, assim como as outras fotos que ela publica no Instagram, fazem parte da memória afetiva de onde Marcela veio: uma casa em uma vila que reunia muita gente em torno das comidas elaboradas pela avó, Dona Ivonette. "Ela cozinhava muito e muito bem. Eu praticamente cresci dentro da cozinha, ficava de tocaia perto dela vendo o que preparava".
Cinco da tarde era um horário sagrado na casa da matriarca. Marcela sentava à mesa com o avô, a mãe e a tia para saborear o tradicional mugunzá, prato que unia sabor e gente ao redor da menina. Aos 12 anos, começou a colocar a mão na massa com as primeiras receitas feitas sem a ajuda de ninguém.
É o primeiro passo na trajetória profissional. Quando bateu a idade de eleger o curso que iria prestar na faculdade, Marcela tinha a gastronomia como a única opção na mochila dos 18 anos. "Porque não me via fazendo outra coisa que eu gostasse por tanto tempo".
Concluiu o curso no SENAC em Recife; fez cursos de padaria, barista e mixologia; estagiou, trabalhou em restaurante, se frustrou uma, duas, mais vezes. "Era muita pressão, um ambiente bastante hostil. O que a gente vê na internet e na televisão sobre a profissão de chef é muito glamourizado", diz. "Eu tentei, tentei e não me encontrei".
Com o desconforto, Marcela desenvolveu ansiedade e crises do pânico no ambiente profissional e sentiu urgência em resgatar o entusiasmo pela cozinha:
Eu queria algo mais leve, parecido com o que eu fazia em casa, aquela atmosfera de quando cozinhava com a minha avó".
É uma retomada importante na vida pessoal. Em novos caminhos, a chef abriu a própria marca de geleias, chutneys e catchup caseiro e se sentiu realizada. Saiu de Recife, foi para São Paulo e, há dois anos, incluiu a paixão pela fotografia. Hoje, trabalha como produtora culinária para marcas e foodstylist.
Ela explica que adora cozinhar e agradar aos outros. Inclusive a avó Ivonette, de quem muito herdou e, hoje, faz gosto e elogio de seus pratos quando tem oportunidade de degustá-los.
Apesar de amar o ofício, Marcela conta que não tem o sonho óbvio de ter um restaurante próprio. Pensa mais simples: um livro com fotos e receitas suas. "Quero fazer isso muito bem pensado e é um plano para o próximo ano". Enquanto isso, o cardápio de belezas está aberto no Instagram, com fotos tão lindas quanto a daquele fotogênico café da manhã.
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