Feijão de cara nova: experimente outras variedades e receitas no dia a dia
Se você já está cansado do feijão de todo santo dia, não se sinta culpado. A gente entende que, mesmo o prato sendo gostoso e muito bem preparado, bate aquela vontade de variar o cardápio.
O bom é que, nessas ocasiões, não precisa abrir mão dos benefícios da leguminosa - o feijão é rico em fibras, proteínas vegetais, ferro, cálcio, magnésio, fósforo, potássio, ácido fólico e carboidratos. Basta mudar o cardápio, adotando o grão em outros pratos ou recorrendo a variedades diferentes.
Preferência nacional
Com larga vantagem, os tipos de feijão mais consumidos no Brasil são o carioca (ou carioquinha), sobretudo em São Paulo, enquanto o preto conquistou o gosto no Rio de Janeiro e no sul do país.
Segundo dados do Embrapa Arroz e Feijão, cerca de 80% da população consome o carioquinha, enquanto 15% põe à mesa o feijão preto, diariamente. Os outros 5% englobam todas as outras variedades, chamadas de especiais.
"Aí, varia muito de acordo com a região. No Nordeste, por exemplo, o fradinho é bastante aceito. Já no Sudeste, a preferência é pelo jalo, rosinha e rajado", acrescenta Ivy Oliveira, chef da Camil Alimentos.
Opções não faltam
Jalo? Fradinho? Sim! Se esses nomes aí soam estranho, está na hora de você conhecer um pouco mais os diferentes tipos de feijão. A seguir, Ivy Oliveira e a chef e nutricionista Eliane Kina listam as principais alternativas.
- Carioca (ou carioquinha): de coloração bege, apresenta listras marrons. Além de ser o mais consumido ao lado do arroz branco, formando o combo preferido do dia a dia brasileiro, ele pode ser aproveitado no preparo de pão, tutu, caldinho, farofa - olha essa receita de feijão da roça que combina os grãos com farinhas e carnes -, bolinho prático - essa aqui vale até para lanche da tarde. Veja como fazer - e hambúrguer;
- Preto: o grão negro é a base da tradicionalíssima feijoada. Ainda casa com o feijão-tropeiro e (acredite!) bolo de chocolate;
- Rosinha: os grãos são pequenos, com pontos rosados, que absorvem bem os temperos e cozinham rápido. Tal tipo rende caldo suculento e é indicado para caldinhos, bolinhas e, ainda, com linguiça e farofa;
- Bolinha: também conhecido como feijão-manteiga, é arredondado. A consistência é macia. Vai bem em saladas, como nesta proposta de salpicão (veja a receita);
- Fradinho: feijão-de-corda é outro nome comumente usado. Seu grão é claro, com discreta mancha preta. Costuma ser adotado em saladas, farofas, com picadinho de carne e é um dos ingredientes principais do acarajé e do baião de dois - como essa receita deliciosa para fazer em casa;
- Jalo: tem grãos maiores, sem listras e apresenta cor uniforme. Rende caldo cremoso. E é versátil: pode ser adotado no virado à paulista, no tutu, no feijão-tropeiro, em caldinhos e sopas, nas saladas e em farofas;
- Branco: os grãos maiores que os tradicionais rendem um caldo bem cremoso. Essa variedade é bastante utilizada em saladas (a dessa receita) e sopas, sendo a base do cassoulet. Combina ainda com macarrão soba, bolos e pastas (como esta aqui), como essa alternativa para comer com torradinhas;
- Rajado: os grãos são graúdos, rosados e com marcas escuras. O sabor é levemente adocicado, o que combina com ensopados. Mais alternativas são usá-los na farofa. Acompanha bem carne e linguiça.
Variando os temperos
Seguindo regra básica, a maioria das pessoas tempera o feijão do dia a dia apenas com sal, pimenta-do-reino, cebola e alho - juntos ou apenas um ou outro. Mas é possível dar um sabor novo ao prato, adotando condimentos diferentes.
"Em todos os tipos feijões, pode-se colocar cebolinha, salsinha ou cominho. Ainda é possível agregar legumes e verduras no final do cozimento. Nesse caso, pode-se adicionar maxixe, repolho, escarola, cenoura ou beterraba", sugere Eliane Kina.
Para os fãs de carne, a chef e nutricionista indica acrescentar patinho ou filé mignon suíno crus, para cozinharem junto com feijão. "Depois do cozimento, o patinho ficará igual a carne-seca. Já o filé é uma carne bem sequinha de gordura. Optar por carnes frescas é melhor, porque os embutidos, como linguiças ou presunto, têm muito sal", comenta.
Segredinhos para o feijão perfeito
Na versão básica ou não, a verdade é que o preparo do feijão nosso de cada dia pode ficar ainda melhor com algumas dicas:
- Para cozinhar mais rápido, deixe os grãos de molho, pois a água vai reidratá-los, facilitando o cozimento. Para o processo no fogão ser mais rápido, deixe de molho por até 12 horas, trocando a água de tempos em tempos. Grãos menores podem ficar de 6 a 8 horas submersos em água;
- Se o caldo está ralo demais, amasse alguns grãos enquanto tempera o feijão. Isso vai deixá-lo mais consistente;
- Cozinhe os grãos sem sal, porque o tempero dificulta o processo de cocção. Acrescente apenas no final, junto com cebola e alho refogados. Salgou demais? É só adicionar uma batata e cozinhar por mais alguns minutos;
- Ao comprar o feijão, escolha grãos inteiros, firmes e sem furos. Se empacotados, evite as embalagens que tenham pó no fundo.
Fontes: Eliane Kina; chef e nutricionista; Ivy Oliveira, chef da Camil Alimentos; e Renato Chiantelli, chef da cantina Stazione Dopo Lavoro.
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