Orquídeas para iniciantes: as espécies para jardineiros de primeira viagem
Nunca teve plantas em casa, mas esta quarentena tem deixado você com vontade de encher todos os cômodos de flor? Opa, comece por estas orquídeas, as rainhas da resistência a planticídios. De porte grande, produz flores sequenciais quase o ano inteiro, especialmente se tomar sol oito horas por dia.
Se eu não tivesse escrito "orquídea" no título desta matéria, você provavelmente não acreditaria que a descrição acima é de uma dessas adoráveis plantas, né? E, no entanto, estou falando de uma das Orchidaceae mais comuns no Brasil, a orquídea-bambu (Arundina bambusifolia).
Muito usada em projetos de paisagismo fazendo bordas de muros, essa é uma espécie que só fica bonita no sol forte: quanto menos sol, menos flores, menor o tamanho das caninhas e mais inclinada a planta fica, como se apontasse para o jardineiro iniciante onde está o Astro-Rei.
A fama de caras e difíceis que as orquídeas têm é bem difícil de tirar do senso comum, mas, na verdade, essas são plantas incompreendidas. Isso porque a família Orchidaceae é uma das mais diversas que existe na botânica, com 35 mil espécies e pelo menos 100 mil híbridos.
Com tanta variedade, é bem improvável que uma delas não seja justamente a tampa da sua panela, ops, a flor da sua lapela. Aqui vão algumas espécies muito fáceis de cultivar - ou, melhor dizendo, bem difíceis de matar.
Chuva-de-ouro
Há centenas de variedades, mas todas têm Oncidium na composição, o que dá a esse grupo de orquídeas uma extrema resistência a vento e sol. Gostam de crescer em árvores, mas não reclamam se viverem em vaso - nem precisa ser de barro.
As de flores amarelas são as melhores para iniciantes, mas há ainda a famosa orquídea-chocolate (Oncidium "Sharry Baby"), de flores marrons e brancas, muito perfumadas, que também cresce com facilidade em qualquer cantinho ensolarado.
Orquídea-grapete
De folhas largas, plissadas, num verde vivo, esta espécie cria lindos maciços no canteiro quando plantada em grupos de sete ou nove plantas. Mesmo sem flores, acrescenta textura e movimento a qualquer jardim, verdejando à meia-sombra, naquele cantinho onde bate sol fraco da manhã.
Quando está em flor, nos meses mais quentes do ano, se enche de flores roxas com cheiro de suco de uva, daí seu nome popular fazer uma alusão a um antigo refrigerante com esse sabor.
Orquídea-pipoca
Tem uma das mais belas folhas entre as Orchidaceae, algo pouco explorado para quem vive de olho nas flores. Aveludadas, quase negras, são ricamente desenhadas por estrias vermelhas muito finas, que acompanham a folha de ponta a ponta, sem se tocarem.
No inverno, as flores justificam seu nome popular: são pequenas, brancas por fora e amarelas por dentro, como o milho estourado na panela. É planta ideal para ambiente interno, perto de uma janela que receba duas horinhas de sol da manhã.
Baunilha
Embora não seja fácil de encontrar quando se quer, a muda de baunilha é bastante comum em gardens e floriculturas. Raramente chama a atenção dos amantes de orquídeas porque esta trepadeira (sim, uma orquídea trepadeira!) é vendida como um graveto verde, com meia dúzia de folhas, preso a uma estaca de bambu.
Depois de alguns anos crescendo escorada a um muro onde tome sol fraco da manhã, ela produz flores amarelas que, polinizadas, geram as perfumadas vagens comestíveis.
Vanda teres
A quem chegou aqui torcendo o nariz ao ler "Vanda" (que é uma orquídea para orquidófilos experientes), fica o convite: leia o nome da planta de novo. Ao contrário da Vanda híbrida, a Vanda teres é uma espécie de chão, de folhas cilíndricas muito duras e curtas, que crescem eretas e fazem a planta passar de 2 metros de altura.
Gosta de sol forte, como a orquídea-bambu, vai muito bem em cidades litorâneas, aceita maresia como poucas. Ah, sim, e dá flor quase o ano todo. Ganhou seu coração?
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