A família multiespécie está também no radar do governo: o Projeto de Lei 179/23, que tramita na Câmara, regulamenta o conceito e prevê uma série de direitos para os animais de estimação, incluindo, por exemplo, o direito à justiça e a herança.
E visa ainda regular questões como a guarda compartilhada, hoje decidida de forma informal pelos tutores. A ideia é que, com a regulamentação, o arranjo seja centrado no bem-estar do animal.
Foi isso que norteou a decisão dos amigos Antonio Carlos Tiva, 53, Ricardo S. R. de Souza, 44, e Juliano Batista, 32, que adotaram dois cachorros quando ainda moravam juntos, e passaram um ano compartilhando a guarda do Adolfo, 10, e da Elena, 6, entre três casas.
"Nem passou pela nossa cabeça fazer diferente", conta Ricardo. "Pra mim é como um filho, não tem como falar 'vou ficar com um e você com outro'. A prioridade era mantê-los juntos. Se fossem separados, eles iam sentir muito. Se tínhamos receio de estresse com a mudança, uma certeza é que eles iam ficar muito mais tristes se fossem separados, completamente confusos", diz Antonio.
Tanto que, quando decidiram morar sozinhos, escolheram apartamentos bem próximos uns dos outros. Foram quase dois anos compartilhando entre os três, até que o Antonio e o Ricardo voltaram a morar juntos.
Hoje, Adolfo e Elena passam duas semanas com Antonio e Ricardo e uma com o Juliano, que continua morando próximo dos amigos, para facilitar idas e vindas.
Na minha casa ou na sua? Conheça mais da história do Adolfo, 10, e a Elena, 6, de São Paulo, que foram adotados pelos amigos e eventuais companheiros Antonio, Ricardo e Juliano. Hoje, os três dividem a guarda dos dois cachorros igualmente.