Embraer registra perdas em 2019 e prevê futuro incerto por coronavírus
A fabricante brasileira de aeronaves Embraer registrou perdas no último trimestre de 2019 e afirmou nesta quinta-feira que a pandemia de coronavírus torna impossível projetar o futuro da indústria da aviação.
A Embreaer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, atrás da Airbus e da Boeing, registrou perdas de US$ 209,8 milhões no último trimestre de 2019 e fechou o ano com um déficit de US$ 322,3 milhões.
A empresa informou que entregou 89 aeronaves comerciais e 109 executivas no ano passado, dentro do estimado. Entretanto, reconheceu ser impossível projetar quantos dispositivos entregará este ano devido ao impacto da crise de saúde global, com forte impacto no setor aéreo. A companhia, inclusive, suspendeu sua produção no Brasil devido à pandemia.
O CEO Francisco Gomes Neto disse que algumas companhias aéreas entraram em contato com a empresa para discutir o adiamento de pedidos pendentes. No entanto, ressaltou que ainda não cancelaram pedidos.
A Embraer está em processo de lançar uma empresa conjunta com a Boeing, com sede nos EUA, que deseja comprar uma participação de 80% no negócio de aviação comercial da empresa brasileira por US$ 4,2 bilhões.
A empresa, cujo prazo original previa um acordo para o final do ano passado, sofreu atrasos e aguarda o endosso das agências antimonopólio da Comissão Europeia.
Ao mesmo tempo, a Boeing enfrenta uma grande incerteza em relação ao seu próprio futuro, devido não apenas ao coronavírus, mas também à crise desencadeada por dois acidentes com o modelo 737 MAX.
As ações da Embraer caíram mais de 3% na tarde de quinta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo, cujo principal índice, o Ibovespa, subiu quase 1%.
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