Guia de turismo sueco oferece 'marchas contra a peste' em Estocolmo
Da peste à cólera. Para relançar sua atividade afetada pela pandemia de COVID-19, um guia turístico sueco oferece uma visita com a história das epidemias que atingiram Estocolmo.
Sob o sol de verão, Mike Anderson lidera um pequeno grupo de apaixonados da história pelas ruas de Gamla Stan, o coração histórico de Estocolmo.
À sombra dos prédios laranjas e amarelos que revestem as ruas da cidade velha, as paradas seguem uma após a outra para detalhar as marcas das epidemias na capital sueca.
"É bastante interessante quando vemos o que está acontecendo hoje, relacionamos com a história e vemos que as pessoas já passaram por isso", explica o guia à AFP.
Vestido com uma longa e pesada camisa de algodão e o rosto coberto por uma longa máscara de bico, Anderson lidera o grupo pelas ruas de paralelepípedos do centro da cidade no que chama de "marcha contra a peste".
Para a ocasião, vários participantes do "passeio" acompanharam o estilo do guia, vestindo roupas escuras. Um deles até fez uma réplica de uma máscara usada pelos médicos na Idade Média durante a peste.
Por pouco mais de uma hora, todos ouviram religiosamente Anderson, enquanto visitavam os lugares emblemáticos das grandes epidemias, como a da peste bubônica que devastou o país em 1350.
Eles então visitaram um cemitério na cidade para ouvir sobre a epidemia de peste que devastou a Suécia e a região do Báltico na década de 1710 e a epidemia de cólera em meados do século XIX.
Se alguns membros do grupo não sabem estabelecer um paralelo entre essas epidemias de outra época e o novo coronavírus, todos parecem satisfeitos com essa lição atípica da história.
Para ilustrar sua história, o guia usa uma série de acessórios e, às vezes, corre e pula para surpreender o grupo pelas ruas da cidade velha, uma área geralmente muito movimentada, mas agora vazia de turistas.
A Suécia é um dos poucos países da Europa que não impôs o confinamento de sua população, embora as reuniões de mais de 50 pessoas tenham sido proibidas desde o final de março.
O reino nórdico registrava até sexta-feira 4.854 mortes relacionadas à COVID-19.
Quando o número de reservas para seus "passeios fantasmas" habituais começou a diminuir, Anderson teve a ideia para esses "passeios da peste".
Eles são, de certa forma, "uma espécie de instinto de sobrevivência", afirma.
Agora, ele pretende oferecer esses passeios com mais regularidade, na esperança de que ajudem os suecos a lidar com o vírus atual.
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