Pandemia ameaça parque de diversões famoso de Coney Island, em NY
Os verões em Coney Island (Estados Unidos) têm sua própria trilha sonora: gritos animados nas montanhas-russas, risadas nos carros bate-bate e gargalhadas infantis nas xícaras giratórias.
Mas, este ano, a pandemia de coronavírus silenciou o famoso parque de Nova York, que enfrenta um dos períodos mais difíceis de sua história de 150 anos e teme por seu futuro.
"É horrível, é deprimente", diz Dennis Vourderis, sentado entre os brinquedos fechados do parque de diversões da Roda-Gigante Deno, da qual é proprietário junto com seu irmão.
O ano de 2020 deveria ser enorme para Deno, já que o parque celebraria o 100º aniversário de sua atração mais conhecida: a roda-gigante de 45 metros de altura.
Mas a covid-19 e a ausência de turistas estrangeiros ocasionaram o primeiro fechamento da roda-gigante no verão desde sua abertura em 1920, encerrando um período de atividade que sobreviveu até mesmo à Segunda Guerra Mundial.
"O parque de diversões do povo"
"Não conseguiremos ganhar dinheiro o suficiente para pagar o aluguel nesta temporada. De fato, estamos analisando seriamente vender o negócio", lamenta Michael Sarrel, dono do Ruby's Bar and Grill, um restaurante que atende os turistas desde 1934.
Localizada no extremo sudoeste do Brooklyn, Coney Island começou a receber atrações em 1880 e é conhecida como "o parque de diversões do povo" em Nova York.
Em um ano normal, cerca de 7 milhões de pessoas comparecem à sua praia lotada e passeiam por seu calçadão, assistem ao concurso anual para ver quem come mais cachorro-quente, deliciam-se com ostras fritas ou algodão-doce e desfrutam de seus brinquedos de atração.
Após anos de declínio da área entre os anos 1970 e 1990, Coney Island foi revitalizada desde o início do século.
A limpeza e as melhorias da área também provocaram uma batalha por sua alma, já que vários negócios pequenos e familiares desapareceram e foram logo substituídos por redes caras.
Gentrificação
Um porta-voz do governo municipal de Nova York disse à AFP que estão "trabalhando com parceiros" em Coney Island sobre maneiras de "manter seu encanto".
Mas os comerciantes apontam que não receberam ajuda suficiente para sobreviver à crise.
Os empréstimos governamentais de proteção foram suficientes para cobrir apenas um par de semanas de gastos, disse à AFP a diretora-executiva da Aliança para Coney Island, Alexandra Silversmith.
Coney Island sobreviveu a outras crises no passado, especialmente a passagem do furacão Sandy, em 2012, que destruiu comércios e atrações.
Os proprietários das atrações afirmam, porém, que tem sido mais difícil com a pandemia: junto com a devastação financeira veio o trauma psicológico de não saber quando poderão reabrir.
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