Equador rejeita proposta de proibir a entrada de viajantes do Reino Unido
O governo do Equador rejeitou a proposta do prefeito da cidade de Guayaquil, uma dos primeiros epicentros da pandemia na América Latina, de proibir a entrada de quem já esteve no Reino Unido, onde foi relatada uma nova cepa do coronavírus.
"Não podemos aceitar essa proposta, embora a tenhamos considerado", disse o ministro da Saúde, Juan Carlos Zevallos, em um programa de rádio que é transmitido todas as semanas desde a presidência.
Zevallos acrescentou que a abordagem da prefeita Cynthia Viteri "carece da parte técnica, das evidências científicas".
Viteri havia pedido ao presidente Lenín Moreno em 26 de dezembro que proibisse a entrada no Equador, e especialmente em Guayaquil, de cidadãos que estiveram no Reino Unido nos últimos 10 dias. Alertou sobre o aumento de casos positivos na cidade e o surgimento da nova cepa.
O ministro da Saúde argumentou que "praticamente essa variante do vírus foi encontrada em toda a Europa" e em outras nações e que, caso o pedido seja aceito, o acesso deve ser "fechado a todos" esses países.
"O pedido não me parece correto (...) principalmente porque não há voos diretos do Reino Unido para o Equador", disse Zevallos.
Em Guayaquil, uma cidade de 2,7 milhões de habitantes, o Equador notificou o primeiro caso do novo coronavírus em 29 de fevereiro. O porto se tornou uma das primeiras fontes de contágio na região e passou por uma situação crítica entre abril e maio, quando os hospitais ficaram saturados e os mortos permaneceram nas casas e nas ruas.
O Equador, com 17,5 milhões de habitantes, registra 217.377 infectados e 14,16 óbitos, entre confirmados e prováveis.
O país espera cerca de 50.000 doses da vacina desenvolvida pela Pfizer/Biontech chegando a partir de 18 de janeiro. Os primeiros a serem imunizados serão trabalhadores de saúde e pacientes de centros geriátricos
O Equador estima que as próximas doses cheguem em março.
Sem especificar uma data, Moreno disse nesta quarta-feira que viajará a Washington para "negociar com a Pfizer, AstraZeneca e Moderna a possibilidade de nos entregar uma quantidade maior de vacinas o mais rápido possível".
O Equador prevê a chegada de um total de quatro milhões de doses (dois milhões ainda em negociação) das vacinas da Pfizer contra o covid-19.
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