Stonehenge: descoberta revoluciona as origens do monumento pré-histórico
As pedras do monumento pré-histórico de Stonehenge, na Inglaterra, podem ter vindo de um outro sítio arqueológico localizado no País de Gales, a mais de 200 km de distância, de acordo com uma descoberta anunciada nesta sexta-feira (12) e que desvendaria parte do mistério em torno desses famosos megálitos.
O estudo, que será publicado na revista britânica de arqueologia Antiquity e será tema de um documentário transmitido nesta sexta na emissora BBC, demonstra, graças à datação de sedimentos do solo do local, que o círculo de pedras Waun Mawn, no sudoeste do País de Gales, foi erguido cerca de 400 anos antes de um dos de Stonehenge.
Pesquisadores da University College London (UCL) acreditam que as pedras azuis e cinzas — características do País de Gales — de Stonehenge poderiam ter sido movidas para lá por seus construtores quando sua comunidade emigrou para a Inglaterra.
Os arqueólogos defendem essa hipótese após terem observado que um círculo de 5.000 anos de antiguidade incluído no monumento megalítico, Patrimônio Mundial da Unesco, copiava a estrutura de Waun Mawn: mesmo diâmetro (110 metros) e mesmo alinhamento em frente à saída do sol durante o solstício de verão.
Essa descoberta explicaria muitas coisas sobre Stonehenge, incluindo por que seus monólitos não foram erguidos nas proximidades de uma pedreira, como a maioria dos locais do mesmo período.
Waun Mawn, onde agora restam apenas quatro monólitos, é um dos círculos de pedra mais antigos do Reino Unido e o terceiro maior do país. Esta era uma área importante e densamente povoada até 3.000 a.C, quando a atividade humana parece ter parado abruptamente.
"É como se (os habitantes) tivessem desaparecido. Talvez a maioria das pessoas emigrou, levando suas pedras - suas identidades ancestrais - com elas", explicou o professor Parker Pearson, da UCL.
Composto por cerca de 80 pedras, Stonehenge pode ter retirado rochas de outros monumentos, além de Waun Mawn, acredita Pearson.
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