Monumento faz homenagem aos arquivos enterrados do Gueto de Varsóvia
Um monumento de cristal foi inaugurado nesta segunda (19) em Varsóvia, no 78º aniversário do levante do gueto judeu de Varsóvia, em homenagem a Emanuel Ringenblum e aqueles que o ajudaram a reunir os arquivos clandestinos deste lugar histórico.
O historiador Emanuel Ringelblum, liderando um pequeno grupo de prisioneiros do gueto, conseguiu compilar desde 1940 os arquivos que contavam a vida e como as 480.000 pessoas presas neste bairro da capital polonesa sobreviveram aos combates.
Esses arquivos representam "uma cápsula do tempo", uma mensagem de esperança daqueles que os esconderam para as gerações futuras, explicou Lukasz Mieszkowski, que projetou o monumento.
Consiste em um cubo de cristal simples localizado no meio de uma pequena praça para designar o local onde a primeira parte dos "arquivos Ringelblum" foi enterrada em 1942.
O monumento pretende representar uma fossa e uma pequena adega, uma referência ao local onde se guardavam estes documentos, hoje considerados patrimônios da Unesco.
Dentro do cubo está uma página do testamento que Dawid Graber escreveu quando tinha apenas 19 anos, em uma página arrancada de um caderno e na qual assegurava que "o que não podíamos transmitir com os nossos gritos e lamentos, temos escondido embaixo da terra".
Graber, junto com dezenas de pessoas, fazia parte do grupo de Emanuel Ringelblum que coletava secretamente documentos oficiais, diários pessoais, vale-refeição, textos literários, etc.
Quando o extermínio nazista dos judeus começou, eles também compilaram estatísticas sobre os mortos, distinguindo entre aqueles que perderam a vida por fome, doenças ou foram executados por soldados alemães.
"Os arquivos Ringelblum são únicos no mundo. Eles contêm 30.000 documentos sobre a vida no gueto de Varsóvia", disse Piotr Wislicki, da Associação do Instituto Histórico Judaico de Varsóvia.
O gueto de Varsóvia foi criado pela Alemanha nazista após a invasão da Polônia em 1939, com o objetivo de prender judeus da capital polonesa em um bairro e esperar que morressem de fome ou doença ou fossem transportados para o campo de concentração de Treblinka.
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