Nova espécie de lagartixa no Equador ganha nome de ativista indígena
Cientistas descobriram uma nova espécie de lagartixa no Equador, que foi batizado em homenagem à ativista waorani Nemonte Nenquimo, que liderou uma batalha judicial contra a exploração de petróleo na Amazônia, informou o Ministério do Meio Ambiente nesta sexta-feira (25).
A Anolis nemonteae foi encontrada na Reserva Buenaventura, localizada no sul do país, na província de El Oro. Estando em uma reserva, os pesquisadores sugerem que "pelo menos algumas de suas populações estão bem protegidas", disse o ministério em um declaração.
A nova espécie foi descrita para a ciência por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Equador, da Universidade do Novo México, da Universidade de Guayaquil, da Universidade La Trobe e do Instituto Nacional de Biodiversidade (INABIO).
A Anolis nemonteae difere de outros espécimes de seu gênero pelo tamanho, pela anatomia externa e pela cor da papada. Após a realização de estudos genéticos, "descobriu-se que a nova espécie é irmã de A. fraseri", acrescentou o ministério.
A nova espécie deve seu nome à indígena Nemonte Nenquimo, que em 2019 liderou uma batalha judicial com a qual os waorani conseguiram impedir a entrada de petroleiras em seu território, localizado na província de Pastaza (fronteira com o Peru).
Com cerca de 4.800 membros, os waorani possuem cerca de 800.000 hectares de selva nas províncias de Pastaza, Napo e Orellana, uma pequena parte da bacia amazônica do Equador.
Dessa área dos wao, apenas 180.000 hectares em Pastaza (menos de 1% da superfície do Equador) ainda estão intactos e fazem parte de um bloco de petróleo que o governo queria licitar.
Depois dessa batalha, Nenquimo, cujo nome significa "muitas estrelas", foi reconhecido pela revista americana Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.
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