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EUA removerão restrições à entrada de turistas vacinados em novembro

A Times Square, em Nova York, sempre lotada de turistas internacionais antes da pandemia, voltará recebê-los novembro - Getty Images/iStockphoto
A Times Square, em Nova York, sempre lotada de turistas internacionais antes da pandemia, voltará recebê-los novembro Imagem: Getty Images/iStockphoto

da AFP, em Washington

21/09/2021 09h49

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (20) que irão suspender em 1° de novembro para aqueles vacinados contra a covid-19 as restrições aos viajantes internacionais em vigor desde março de 2020, que incomodavam seus parceiros, principalmente os europeus.

Além de apresentar comprovante de vacinação, quem viajar para os Estados Unidos deverá fazer o teste da doença em até três dias antes do embarque e usar máscara durante a viagem, informou Jeff Zients, coordenador de combate à pandemia da Casa Branca.

O governo americano não especificou quais vacinas serão reconhecidas para a entrada nos Estados Unidos. Em entrevista à AFP, Thierry Breton, comissário europeu para o mercado interno, disse que a nova ordem abrange as vacinas reconhecidas pela agência farmacêutica norte-americana (FDA), que são a Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson (Janssen).

A FDA não aprovou a vacina AstraZeneca, aplicada em muitos países europeus, mas Breton disse que conversou com Zients e viu sinais de esperança. Ele "me disse que, para as outras vacinas, especialmente a AstraZeneca, será sua agência de saúde que decidirá, mas ele tinha um ar positivo e otimista", descreveu.

A Comissão Europeia saudou o anúncio dos EUA como "uma medida longamente aguardada por famílias e amigos que estão distantes", e assinalou que essa também é "uma boa notícia para as empresas". Segundo a Câmara de Comércio dos EUA, a decisão contribuirá para uma "recuperação robusta e duradoura da economia dos EUA".

A flexibilização das restrições de viagens impostas em março de 2020 por Donald Trump, quando o surto de coronavírus foi classificado como pandemia, marca uma mudança significativa por parte do governo Biden e responde a uma demanda importante de seus aliados europeus, em um momento de tensão nas relações diplomáticas.

Atualmente, apenas os cidadãos americanos, os residentes e os estrangeiros com vistos especiais podem ingressar nos Estados Unidos vindos da maioria dos países europeus.

Ressalvas numerosas

Não obstante, serão mantidas numerosas ressalvas para evitar a propagação do vírus, que já matou mais de 670 mil americanos, e que vem aumentando pela variante delta.

Jeff Zients assinalou que as restrições ao movimento de veículos do Canadá e México serão mantidas. "Não temos atualizações sobre as políticas de fronteiras terrestres", explicou.

Os cidadãos americanos que não estiverem imunizados poderão entrar no país somente mediante apresentação de um exame negativo feito dentro das 24 horas anteriores.

O uso de máscaras será obrigatório nos voos para os Estados Unidos, e as companhias aéreas também proporcionarão às autoridades sanitárias americanas informações para o rastreamento de contatos. "Este novo sistema segue as recomendações da ciência para manter seguras as viagens aéreas internacionais dos americanos", explicou Zients.

Ao contrário do que se esperava, que a reabertura das fronteiras se restringiria aos viajantes de União Europeia (UE) e Reino Unido, o anúncio abrange o mundo todo. "Isto se aplica a todas as viagens internacionais", frisou o conselheiro do presidente americano.

Irritação e ciência

Os países europeus estavam incomodados por terem aberto suas fronteiras aos americanos vacinados e não ter havido recíproca. Alemanha e Reino Unido elogiaram a medida anunciada hoje.

A decisão dos EUA acontece na véspera do discurso de Biden na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, no qual a pandemia será o tema principal. A medida também é tomada no momento em que Washington e Paris entraram em rota de colisão pelo anúncio repentino da Austrália de que adquirirá submarinos nucleares americanos, abandonando um contrato francês anterior para submarinos de propulsão convencional.

Contudo, fontes do governo americano negaram que a decisão da Casa Branca de relaxar as restrições de entrada no país tenha qualquer relação com uma tentativa de acalmar a França. "Isso foi realmente motivado pela ciência", afirmou um funcionário do Departamento de Estado.