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Estado de NY suspende obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados

Para acompanhar os shows da Broadway (foto), em Nova York (NY), as máscaras continuarão necessárias até 30 de abril - Andrew Kelly/Reuters
Para acompanhar os shows da Broadway (foto), em Nova York (NY), as máscaras continuarão necessárias até 30 de abril Imagem: Andrew Kelly/Reuters

da AFP, em Nova York

10/02/2022 10h00

O estado de Nova York anunciou oficialmente nesta quarta-feira (9) o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços fechados, em linha com outros estados governados por democratas, diante da queda acentuada de casos de covid-19 e o cansaço da população com medidas coercitivas após quase dois anos de pandemia.

A partir desta quinta-feira, o quarto estado mais populoso do país, com quase 20 milhões de habitantes e quase 9 milhões deles em Nova York, deixará de impor o uso da máscara em lojas, restaurantes e empresas, informou a governadora Kathy Hochul.

A obrigação do uso de máscaras será mantida, no entanto, até março nas escolas, lares de idosos, centros sociais e prisões. A partir de agora, caberá aos municípios e comércios determinar se vão exigi-la de seus funcionários e clientes.

Os famosos musicais da Broadway, no coração de Manhattan, já deixaram claro que optam por se proteger. "Mantemos a obrigação da máscara e da vacina em todos os teatros até 30 de abril", disse à AFP Charlotte St. Martin, que preside a Liga da Broadway.

O acessório também continuará sendo obrigatória nos transportes públicos — trens, metrôs, ônibus, aeroportos —, regidos pela legislação federal.

"Panorama magnífico"

Apesar de o estado e a cidade de Nova York terem sido o epicentro da pandemia em 2020, com pelo menos 38.000 mortes em dois anos só na cidade, Hochul disse que todos os indicadores de saúde estão "em queda".

"É um panorama magnífico (...) Não acabamos, mas a tendência está muito, muito bem encaminhada, e por isso agora estamos considerando uma nova fase da pandemia", disse a governadora democrata.

Apoiadores de Joe Biden comemoraram, de máscaras, a vitória do presidente no Central Park em Nova York em 2020 - Caitlin Ochs/Reuters - Caitlin Ochs/Reuters
Apoiadores de Joe Biden comemoraram, de máscaras, a vitória do presidente no Central Park em Nova York em 2020
Imagem: Caitlin Ochs/Reuters

O uso da máscara sempre foi muito respeitado pelos nova-iorquinos, muito traumatizados pela epidemia: não só é obrigatório dentro de locais fechados, como a maioria das pessoas a usa na rua.

Em todas as lojas, restaurantes e museus, além da máscara, é exigido o certificado de vacinação acompanhado de um documento de identidade.

O estado de Nova York somou-se a outros governados pelo Partido Democrata que anunciaram medidas idênticas de abandono da obrigatoriedade das máscaras a partir da segunda-feira, como Califórnia, Nova Jersey e, inclusive, Connecticut.

Distintivo político

O uso de máscaras para evitar o contágio pela covid-19 se tornou símbolo político nos Estados Unidos, onde a obrigatoriedade de cobrir o rosto é considerada uma violação das liberdades individuais por grande parte da direita e do Partido Republicano.

Os republicanos acusaram nesta quarta o presidente Joe Biden e os democratas "de politizar a 'ciência' e mentir sobre suas visões de geometria variável sobre máscaras, obrigações e confinamentos".

Um estudo com 10.200 participantes do instituto de pesquisas Pew indica que 60% estão "confusos" sobre as mudanças nas recomendações das autoridades para combater a epidemia.

Ciclistas pedalam de máscara na Times Square, em Nova York, em meio à pandemia - Angela Weiss/AFP - Angela Weiss/AFP
Ciclistas pedalam de máscara na Times Square, em Nova York, em meio à pandemia
Imagem: Angela Weiss/AFP

Em nível nacional, por enquanto mantém-se a exigência da máscara, mas "chegará o dia em que a covid deixará de perturbar o nosso cotidiano", observou nesta quarta o coordenador de combate à covid-19 da Casa Branca, Jeffrey Zients.

As infecções pelo coronavírus estão em queda livre nos Estados Unidos, com pouco menos de 250 mil contágios diários, em média, por sete dias consecutivos, segundo as autoridades sanitárias, longe do pico de 800.000, alcançado em meados de janeiro.

No entanto, em 4 de fevereiro o país superou a marca das 900 mil mortes por covid-19 em quase dois anos, de acordo com a Universidade Johns Hopkins. A média de mortes diárias continua acima de 2 mil.