Semana da Moda de Nova York começa, ainda sob a sombra da covid
A Semana da Moda de Nova York começou nesta sexta-feira (11) com os desfiles de outono-inverno 2022 de Proenza Schouler e Christian Cowan, que decidiram mostrar sua coleção no alto do One World Trade Center, em uma edição marcada pelas ausências e pela covid-19.
Apesar das restrições impostas pela pandemia e a variante ômicron, que alteraram os preparativos do evento, várias marcas e seus estilistas decidiram manter desfiles presenciais, como Michael Kors, Altuzarra, Tory Burch, Brandon Maxwell e Telfar, segundo o calendário oficial.
Tom Ford, que preside o sindicato americano da moda (CFDA) e tinha previsto encerrar a edição na próxima quarta-feira (16), desistiu no fim de janeiro devido à multiplicação de casos de covid em sua equipe.
"Fizemos tudo o possível para evitar cancelar nosso desfile em Nova York, mas infelizmente enfrentamos o fato de que não teremos uma coleção completa a tempo", declarou.
Thom Browne, por sua vez, está confirmado no calendário, mas em 29 de abril. Ele explicou que quer estar mais perto da abertura do segundo ato da grande retrospectiva da moda americana no Instituto do Vestuário do Museu Metropolitan de Arte (MET) — uma instituição que tem como curador seu companheiro, Andrew Bolton.
Arranha-céu cor-de-rosa
Entre os confirmados, Proenza Schouler, que se tornou um clássico nova-iorquino, abriu o desfile na tarde desta sexta em uma galeria de arte do East Village, a The Brant Foundation. Em setembro, seu último desfile para a marca de Jack McCollough e Lázaro Hernández, foi dominado pelas cores brilhantes e volumosas, uma forma de tentar virar a página da pandemia.
Christian Cowan, que vestiu Lady Gaga, Cardi B e Lil Nas X, apresentou sua coleção no mirante do One World Trade Center, o arranha-céu de Manhattan, erguido dos escombros das Torres Gêmeas, derrubadas nos atentados de 11 de setembro de 2001. O prédio aparece tingido de rosa nas contas das redes sociais da marca, que cultiva o glamour e as lantejoulas.
Há vários anos, Nova York também tem que lidar com os ausentes, que decidem desfilar em outro lugar ou sair do calendário clássico, além das das críticas sobre o ritmo acelerado da moda.
A grande ausência desta edição é Christopher John Rogers, eleito em 2021 o estilista das mulheres pela CFDA. Tampouco estará presente a Pyer Moss, marca fundada por Kerby Jean-Raymond.
Novamente, a Fashion Week é uma oportunidade para as marcas emergentes ou ainda jovens se mostrarem, frequentemente em apresentações e não desfiles, que são caros demais. Este será o caso da Melke e da Dauphinette, que propõem uma moda sustentável e ética.
Para Emma Gage, de 26 anos, que criou a Melke durante a pandemia, isso está claro. Constar do calendário da Fashion Week "faz você sentir que ficará por aqui por muito tempo".
"É muito gratificante perceber que as pessoas vão ver meu trabalho e pensar que merece estar ao lado de marcas que têm tido muito sucesso", explicou à AFP em seu pequeno ateliê em Bushwick, bairro do Brooklyn.
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