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Após a pandemia, cães também voltam aos escritórios no Canadá

O Yorkshire Terrier Samson sentado no colo de seu tutor, Trevor Watt, gerente de controle de projetos do escritório da Chandos Bird em Ottawa - Dave Chan/AFP
O Yorkshire Terrier Samson sentado no colo de seu tutor, Trevor Watt, gerente de controle de projetos do escritório da Chandos Bird em Ottawa Imagem: Dave Chan/AFP

da AFP, em Ottawa

10/05/2022 10h48

Daisy cuida do bem-estar da equipe da Tungsten Collaborative, empresa de desenho em Ottawa. A seu lado, Delilah, uma basset hound, aproxima-se desta labradora de 12 anos... Ela quer brincar.

No escritório com dez funcionários, circulam outros cães, como Eevee, um galgo inglês, e Hudson, um pastor alemão, que late para chamar a atenção.

Daisy está, inclusive, em uma foto junto com a equipe no site da empresa, onde conta com uma breve biografia.

"Muitas das maiores inovações impulsionadas por Dave (McMullin, vice-presidente) surgiram em longas caminhadas com a Daisy", afirma a companhia, acrescentando que a cadela tem "nove anos de experiência apoiando os melhores desenhistas".

Aumento da atividade

"Aconselhamos as pessoas que têm animais de estimação que os tragam" para o escritório, disse à AFP o presidente da Tungsten Collaborative, Bill Dicke.

Para ele, a pandemia tornou as empresas mais tolerantes com animais no local de trabalho.

Dave McMullen e sua Daisy, que ganha um carinho durante o expediente na Tungsten, também em Ottawa - Dave Chan/AFP - Dave Chan/AFP
Dave McMullen e sua Daisy, que ganha um carinho durante o expediente na Tungsten, também em Ottawa
Imagem: Dave Chan/AFP

A inclusão da Tungsten Collaborative na lista Humane Society de empresas que aceitam cães provocou um aumento tanto da atividade comercial quanto da produtividade da equipe, alega Dicke.

Segundo uma pesquisa recente da Léger realizada para a PetSafe, metade dos canadenses (51%) apoiam a ideia de levar seu cão para o escritório.

Bill Dicke, presidente da Tungsten Collaborative, brinca com seu cachorro Nature - Dave Chan/AFP - Dave Chan/AFP
Bill Dicke, presidente da Tungsten Collaborative, brinca com seu cachorro Nature
Imagem: Dave Chan/AFP

A proposta é especialmente apreciada pelos mais jovens: 18% dos empregados entre 18 e 24 anos disseram que trocariam de emprego, se seus chefes não permitissem essa opção.

Diante dos cerca de 200 mil canadenses que adotaram um cão, ou um gato, durante a pandemia, os chefes que exigiram o trabalho presencial se viram obrigados a considerar flexibilizações.

Desafios

Para Johan Van Hulle, de 29 anos, a nova regra foi "foi fator-chave para a decisão" de aceitar uma proposta da Tungsten Collaborative no ano passado.

Nas construtoras Chandos and Bird, também em Ottawa, funcionários do setor de pesquisa nuclear estão visivelmente emocionados com a presença de Samson, um yorkshire terrier de 10 anos.

Samson, um Yorkshire Terrier, visita o escritório da Chandos Bird em Ottawa, no Canadá  - Dave Chan/AFP - Dave Chan/AFP
Samson, um Yorkshire Terrier, visita o escritório da Chandos Bird em Ottawa, no Canadá
Imagem: Dave Chan/AFP

Seu tutor, Trevor Watt, não queria deixá-lo sozinho em casa quando retornou ao escritório em janeiro.

Ele imaginou que levá-lo para a empresa seria uma solução temporária. Mas o bichinho não apenas se adaptou ao escritório como conquistou os demais funcionários, que já levam Samson para passear.

Samson e Trevor Watt no escritório - Dave Chan/AFP - Dave Chan/AFP
Samson e Trevor Watt no escritório
Imagem: Dave Chan/AFP

"Ele adora vir para o trabalho", disse Trevor Watt, que agradece por "não ter mais preocupações com ele".

Para seu chefe, Byron Williams, acariciar um cão é uma excelente maneira de "relaxar após uma reunião".

Emma Inns, dona da boutique Adorit, também leva seus cães ao trabalho - Dave Chan/AFP - Dave Chan/AFP
Emma Inns, dona da boutique Adorit, também leva seus cães ao trabalho
Imagem: Dave Chan/AFP

Mas a presença do melhor amigo do homem também traz desafios, por exemplo, para os empregados alérgicos, ou para quem tem medo de cachorro.

Ouvidos pela AFP, funcionários de outras empresas também se queixaram de manchas nos tapetes, latidos inesperados e pelos por toda a parte.