Cusco terá festa ancestral do Sol com público após dois anos de pandemia
A cerimônia ancestral inca ao deus Sol, que reunia todo 24 de junho milhares de turistas na cidade peruana de Cusco, será celebrada com público após dois anos de pandemia, informaram as autoridades locais.
Na cerimônia do "Inti Raymi", atores interpretam Pachacútec, o fundador do império inca, e sua esposa, Mama Anahuarque, que se dirigem para saudar os presentes na praça principal de Cusco, antiga capital imperial.
"No ano de 2020 não houve Inti Raymi e em 2021 houve, mas sem público. Agora o Inti Raymi será realizado com 100% de público", disse à imprensa o prefeito de Cusco, Víctor Boluarte.
Boluarte informou que é esperada a presença de mais de 60 mil turistas de todas as partes do mundo na festividade, que custará entre 70 e 150 dólares (entre R$ 339 e R$ 726). Os ingressos, disponíveis a partir de amanhã, poderão ser comprados em cerca de 3.500 locais no país andino, segundo o prefeito.
"Há uma série de protocolos que serão cumpridos", acrescentou Boluarte, incluindo três doses da vacina anticovid "para o público em geral, tanto no Inti Raymi quanto nas outras festividades".
Nos anos anteriores à pandemia, chegavam a Cusco cerca de 200 mil pessoas e para esta ocasião são esperadas entre 50 mil e 60 mil.
A festividade, que remonta ao império inca, que floresceu nos séculos 15 e 16, deixou de ser realizada durante a colônia espanhola, mas foi reintroduzida em 1944. Em 2020, a cerimônia tampouco teve público e foi transmitida apenas pelas redes sociais. Em 2021, foi celebrada, mas sem público.
A dois quilômetros da praça, na esplanada da fortaleza de Sacsayhuaman, o imperador e sua esposa são aguardados em trajes multicoloridos por cidadãos dos quatro "suyos" do "Tawantinsuyo" (as quatro regiões do império inca).
Eles dançam e levam o melhor de suas colheitas, peças têxteis e cerâmicas ao Inca (imperador), que é filho do Sol, segundo a mitologia inca.
O 24 de junho é o dia em que o Sol, depois de ter se distanciado, vence a escuridão e volta à Pachamama (Mãe Terra em quéchua). Trata-se do solstício de inverno no hemisfério sul e, para os antigos incas, era a festa do Sol ou "Inti Raymi".
Com 33 milhões de habitantes, o Peru soma mais de 3,5 milhões de casos de covid-19 e mais de 213 mil óbitos pela doença.
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